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Comportamento

Antes de estudar, descubra a melhor forma de aprender

Você acha que estudar ouvindo música é algo que não dá certo? Pois saiba que tem gente que se concentra mais assim. E o importante é que cada um encontre o seu melhor jeito de aprender

Olavo e a psicopedagoga Sabrina: Língua Portuguesa deixou de ser bicho-papão para ser tornar a  disciplina preferida do menino | Hedeson Alves/ Gazeta do Povo
Olavo e a psicopedagoga Sabrina: Língua Portuguesa deixou de ser bicho-papão para ser tornar a disciplina preferida do menino (Foto: Hedeson Alves/ Gazeta do Povo)

A disciplina que antes fazia Ola­­vo Dias, 9 anos, torcer o na­­riz, agora é a preferida do estudante da 3.ª série do ensino fundamental. O sentimento em re­­lação à Língua Portuguesa foi transformado, depois que o me­­nino passou a receber acompanhamento psicopedagógico e descobriu a sua própria ma­­neira de estudar. "Antes eu es­­tudava só quando meus pais mandavam, agora estudo até quando nem mandam. Para treinar", diz.

O mesmo ocorreu com Fer­nando Henrique Martins, que com 16 anos está no 1.º ano do ensino médio e só lembrava de estudar na época de provas. "Apren­­di a estudar. Agora estudo aos poucos. Organizo as tarefas, não gasto tanto tempo e te­­nho notas melhores", diz.

Tanto para Olavo quanto pa­­ra Fernando, a procura para uma melhora na organização dos estudos foi motivada pelo resultado ruim nos boletins es­­colares. Os dois encontraram fora de casa e da escola, em em­­presas especializadas, o auxílio que necessitavam.

No Centro Psicopedagógico Parceria, em Curitiba, um instrumento de trabalho, chamado de Help (Hábito de Estudo Livre Personalizado), foi desenvolvido pela psicopedagoga Sabrina Jany Guetta Gelhorn e sua equipe, a partir de uma experiência de 30 anos de atendimento a crianças e adolescentes com dificuldades escolares. "Resgatar o prazer pelo estudo é o mais im­­portante", diz Sabrina.

A ideia central do Help é que cada um desenvolva seu próprio método de estudo. A partir de uma avaliação inicial, o próprio aluno, com auxílio de um mediador, vai montar seu planejamento. "O objetivo é dar au­­tonomia ao estudante. É im­­portante ter horário para começar e terminar o estudo, assim como um tempo reservado para brincar também", diz a psicopedagoga.

Quando necessário, o aluno é encaminhado para aulas particulares, que ocorrem dentro do mesmo local, e para tratamento médico ou psicológico, que ocor­­re em outros espaços. Para os itens avaliados inicialmente são admitidos valores de referência, que são acompanhados constantemente.

Trabalho interdisciplinar

Já no Centro de Desenvolvimento Humano, que funciona em Curi­­tiba há 20 anos, o médico neurologista da infância Nelson Guer­chon e uma equipe formada por psicólogos, pedagogos, fonoaudiólogos e professores monitores, apostam num método de trabalho interdisciplinar. O atendimento é feito inicialmente pelo neurologista, que faz o diagnóstico inicial.

Depois dessa etapa, cada aluno é encaminhado para a reabilitação, que ocorre no mesmo espaço físico e é pautada no trabalho em grupo. "A intenção é simular as condições em que o indivíduo vive, estuda ou trabalha. Muitas dificuldades estão relacionadas ao comportamento. Um adulto sozinho não consegue simular as condições de uma sala de aula com outras 45 crianças", diz o neurologista.

O projeto encabeçado pelo neurologista é intitulado de Estimular e atende crianças alfabetizadas ou não, com deficiências e adolescentes com diagnósticos de distúrbios relacionados à aprendizagem. Visitas periódicas às escolas e apoio às famílias das crianças e adolescentes atendidos fazem parte do programa. "As famílias também precisam de apoio. Nem todos sabem lidar com a criança no momento da tarefa", diz o neurologista.

Na opinião de Guerchon, a pior pergunta que um pai ou uma mãe pode fazer para um filho, depois da escola é: como foi sua aula? O melhor seria perguntar que aula ele teve e ir discorrendo sobre os conteúdos que ele trabalhou em cada uma das aulas. Essa atitude, segundo explica o neurologista, estimula a memória curta das crianças e adolescentes, uma dificuldade que atinge cerca de 60% de cada sala de aula nos moldes atuais.

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