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Ensino

Bom é aprender brincando!

Além de caderno, lápis e livros, colégios incluem na lista de material escolar brinquedos pedagógicos. Alguns cuidados devem ser tomados na hora de comprá-los

Rafael e Kátia Lonrezoni e os filhos, Guilherme e Gabriela: desenvolvimento das habilidades específicas da idade | Giuliano Gomes/ Gazeta do Povo
Rafael e Kátia Lonrezoni e os filhos, Guilherme e Gabriela: desenvolvimento das habilidades específicas da idade (Foto: Giuliano Gomes/ Gazeta do Povo)

Como bem sabem pais e filhos, brinquedos são feitos para divertir e encantar; afinal, infância feliz é infância em meio a muitas bonecas e carrinhos. Alguns, porém, têm o diferencial de não apenas entreter, mas também de ensinar: são os brinquedos pedagógicos, que têm conquistado cada vez mais espaço no mercado. Como janeiro é época de pensar nos materiais da lista escolar e algumas delas solicitam esse tipo de produto, uma boa dica é comprar para os pequenos brinquedos que poderão ser utilizados durante o ano letivo como forma de estimular o aprendizado.

Mas, ao entrar em uma loja, co­­mo saber se o brinquedo é pedagógico? "São aqueles brinquedos que fa­­zem associação com algo que a crian­­ça está aprendendo, como o jo­­go de letrinhas, que ajuda na al­­fabetização, ou com números, que ajuda na apreensão de conceitos matemáticos", esclarece a proprietária da empresa de brinquedos pedagógicos Dalabre Indústria e Comércio de Brinquedos, Elena Ramalho. Ela afirma que a procura de pais por brinquedos que estimulem a cognição e façam relação com o conteúdo ensinado em sala de aula é cada vez maior. "Os pais estão investindo mais, não querem comprar qualquer brinquedo, por mais barato que ele seja."

Quem leva a sério tal investimento é o advogado Rafael Lonre­zoni, 36 anos, pai de Gabriela, 2 anos, e de Gui­­lherme, 6 anos. Desde que o mais velho tinha 1 ano, ele e a mulher, a administradora de empresas Kátia Lorenzoni, sempre compram brinquedos que ajudem as crianças a desenvolver habilidades específicas de cada fase. "Quan­­do eles eram menores, comprávamos jogos de montar e encaixar, para estimular a coordenação motora. Conforme eles vão crescendo, investimos em jogos de tabuleiro e de memória, que são bons para o raciocínio. Acredito que esse estímulo vai contribuir muito para o futuro deles. As escolas, inclusive, deveriam incentivar os pais a comprar esses jogos para o ano letivo", opina Lorenzoni.

A escola de Educação Infantil Pés no Chão, no bairro Bom Retiro, onde as crianças estudam, orienta os pais a sempre incluírem na lista de compras algum jogo de tabuleiro, como damas ou dominó. A pedagoga da escola, Roberta Opladen, explica que, além de ensinar conceitos matemáticos, tais jogos também são importantes pela mensagem passada durante a brincadeira. "Eles transmitem aos alunos conceitos importantes como perder, ganhar, competir e trabalhar em equipe. Elas aprendem regras que terão de respeitar ao longo de toda a vida, além de aprenderem a conviver em grupo, pois os brinquedos pedagógicos utilizados sempre têm como fim a interação e a socialização."

Nas turmas de Educação In­­fantil do Colégio Positivo os brinquedos fazem parte da lista escolar, e os pais podem optar por um individual ou coletivo, que será devolvido no fim do ano. "Os brinquedos ficam sempre à disposição dos alunos, nas salas ou em atividades externas, e na maioria das vezes são de uso conjunto, para estimular a noção de coletividade. Quando são individuais, sugerimos que as crianças troquem entre si, para que aprendam a compartilhar", relata a coordenadora pedagógica de Educação Infantil do grupo, Rosângela Borba.

Sem compromisso

De acordo com a educadora brinquedista Maria Cristina Pires, coordenadora da brinquedoteca do Colégio Anjo da Guarda, os brinquedos pedagógicos realizam funções muito importantes na vida de uma criança, mas é preciso ter cuidado para que o brincar não se torne uma obrigação de aprender algo. "É bom que a criança brinque em grupo e aprenda ao mesmo tempo, mas também é preciso que ela tenha uma relação íntima com seu brinquedo." Ela explica que aqueles que à primeira vista não oferecem interação, como bonecas, carrinhos e robôs, também cumprem um papel. "É preciso haver fantasia, encantamento, brincar por brincar."

Dia certo para o brinquedo de casa

Na maioria dos colégios, é comum a instituição do "dia do brinquedo". Nessa data, os baixinhos podem trazer de casa o brinquedo preferido, já que nos demais dias só é possível se entreter com os oferecidos pela escola. No Colégio Dó-Ré-Mi, esse dia é sexta-feira. A proprietária Marilza Fiori explica a limitação: "Se permitirmos que a criança traga o brinquedo todo dia, ela se torna dependente daquilo para vir à escola. Além disso, se ele trouxer um brinquedo novo todo dia, vai chamar a atenção dos demais e isso pode acarretar problemas."

No dia estipulado, a escola recomenda aos pais que deixem os filhos escolherem qual brinquedo querem levar. "Se ele traz um que não o agrada, vai perder o interesse rápido e se interessar pelo do outro, ou então simplesmente vai ficar sem brincar", afirma.

No Colégio Positivo, o dia é sempre decidido em assembleia, em conjunto com alunos, pais e professores, e pode variar de acordo com a turma. A coordenadora pedagógica Rosângela Borba sempre aconselha os pais a não mandarem brinquedos "de relíquia", com peças pequenas, inadequados à faixa etária ou eletrônicos.

"O brinquedo deve interagir com a criança, assim como propiciar a participação de todos. Um brinquedo eletrônico geralmente se joga sozinho, e não é esse o propósito da atividade".

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