
Todas as escolas estaduais do Paraná devem contar com grêmios estudantis até o fim de 2014. Essa é uma das metas da Secretaria de Estado da Educação (Seed). Hoje, alunos de apenas 44% dos 2.135 colégios da rede de ensino são representados por agremiações. Contudo, o maior desafio do projeto é fazer com que as instituições sejam atuantes. Se considerados os grêmios ativos, o porcentual atual é ainda menor cerca de 30% , conforme Mário Sérgio de Andrade, presidente da União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (Upes).
O movimento estudantil faz parte da história brasileira há pelo menos três séculos, mas foram os anos da ditadura, nas décadas de 60 e 70, que marcaram o ativismo jovem. Mesmo com a repressão do Estado, estudantes e universitários formaram uma resistência contra o regime militar. Depois da restituição da democracia, o último ato marcante foi o movimento dos "Caras Pintadas", em 1992, quando jovens também foram às ruas pedir o impeachment do então presidente Fernando Collor de Melo.
De lá para cá, as manifestações encabeçadas por estudantes continuam. Contudo, o envolvimento de grêmios de escolas tem sido mais tímido no âmbito político. O foco mudou. "Hoje, temos outro modelo de grêmio, que se resume à transformação da escola. As ações são mais voltadas para as áreas esportiva e cultural", afirma Andrade.
Autonomia
Qualquer grêmio estudantil deve ter a gestão marcada pela autonomia. As ações dos alunos não podem ser influenciadas ou controladas pela diretoria da escola ou professores, por exemplo. O grêmio deve defender os interesses dos estudantes dentro da escola e promover atividades que contribuam com o desenvolvimento dos alunos, sejam elas esportivas, culturais, políticas ou sociais.
"O grêmio é o órgão máximo da ética, da cidadania e da democracia. É uma das tradições mais duradouras da nossa juventude", resume Antonio Lopes Junior, coordenador de Gestão Escolar da Seed. "A nossa intenção [com o novo projeto] é que as instituições deem mais voz e vez aos estudantes. Nós não podemos orientar como um grêmio deve agir, mas é preciso ter abertura", completa. Ele explica que as escolas devem incentivar a mobilização dos alunos para que os grêmios sejam atuantes de fato.
Serviço:
Alunos de escolas públicas e particulares interessados em criar um grêmio estudantil podem obter informações e modelos de documentos no site Dia a Dia Educação, da Seed (www.alunos.diaadia.pr.gov.br).



