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Apesar de Curitiba ser a capital brasileira com o menor índice de analfabetos, o desafio assumido pela Secretaria Municipal de Educação foi grande: incentivar 30 mil pessoas a ingressar ou retornar aos bancos escolares. Hoje, a modalidade de Educação de Jovens e Adultos está presente em 63 das 184 escolas municipais. Essa é também a meta do projeto Cereja (Centros Regionais de Educação de Jovens e Adultos), criado em 2013 para ampliar a oferta de alfabetização de jovens e adultos no município.

Uma das apostas da Coordenadoria está no projeto Ler e Pensar, que tem como metodologia o uso o jornal como recurso pedagógico. A iniciativa está presente em todas as unidades escolares, por meio do patrocínio do HSBC.

“Muitos dos alunos de EJA têm pouco acesso à leitura. Trabalhar com o jornal, adotar esse novo olhar para a informação é um trabalho extremamente relevante. Amplia a visão de mundo e forma para a cidadania, pois os alunos passam a ver a possibilidade de produzir conteúdos dentro de sua própria comunidade, por exemplo.” , afirma Maria do Socorro Ferreira de Moraes, da Coordenadoria de Políticas Educacionais para Jovens e Adultos da Secretaria de Educação de Curitiba.

Na prática

A turma da professora Sonia Rita Lechinski, que leciona na Escola Municipal Professora Donatilla Caron dos Anjos, no bairro Cajuru, tem alunos de 15 a 72 anos. “Exercer a cidadania é ter consciência de seus direitos e de suas obrigações, e lutar para que sejam colocados em prática. O Ler e Pensar subsidia nosso objetivo principal. Pelo projeto, trabalhamos socialização das informações, argumentação, interação e troca de experiências.”, afirma Sônia. Temas como geração de renda, formação, política e comunidade escolar são comuns a muitas aulas – assuntos facilmente encontrados no jornal.

Thaís Pereira, professora da turma de EJA da Escola Municipal CEI do Expedicionário, no bairro Novo Mundo, adotou o jornal para trabalhar leitura crítica: os alunos exploraram as novas tecnologias, avaliaram as fontes de informação, realizaram comparativo midiático entre jornal e televisão, e até construíram um anúncio para o jornal escolar.

Já na Escola Municipal Professora Sophia Gaertner Roslindo, no Boqueirão, o trabalho com o periódico rendeu um grande projeto de soletração. Sabendo do interesse e empenho dos alunos em ler e escrever com autonomia, as professoras elaboraram um plano de ação com o uso diário da Gazeta do Povo. Elas criaram momentos diversificados de argumentação e escrita com independência, além da construção e reescrita de conceitos, ampliando os conteúdos escolares de forma interdisciplinar.

“Estamos pesquisando tudo sobre cidadania. Gosto de ir à aula todos os dias, pois sei que o jornal está lá me esperando. Lá aprendi a fazer contas, ler e escrever. O jornal me incentivou a ler mais. Gosto da EJA e não quero que acabe, pois foi onde eu me encontrei.”, escreve com orgulho a aluna Josina Maria de Oliveira, da escola Professora Donatilla Caron dos Anjos.

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