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Crianças sem-teto têm mais dificuldade de estudar em escolas terceirizadas em NY

Estudo mostra ainda que as escolas públicas nem sempre atendem com isonomia os estudantes de famílias vulneráveis

Escola charter no Brooklyn, em Nova York | /Reprodução
Escola charter no Brooklyn, em Nova York (Foto: /Reprodução)

O aumento recorde do número de moradores de rua em Nova York prejudicou a educação das crianças dessas famílias. Estudo publicado pela NYS-Teachs, entidade de assistência a estudantes sem-teto, mostrou que as crianças e os jovens nessas condições têm mais dificuldade para ingressar nas escolas públicas geridas pela iniciativa privada, as chamadas escolas ‘charter’, melhor colocadas nos rankings de qualidade.

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Em pelo menos 21 dos 29 distritos da cidade que têm escolas ‘charter’, cada charter tinha uma menor percentagem de estudantes em habitação temporária no ano passado do que a média entre as escolas públicas tradicionais no mesmo distrito. No Distrito 9 do Bronx, por exemplo, do total de alunos das escolas públicas, 23% estavam em habitação temporária no ano passado, segundo dados do NYS-Teachs. Ao mesmo tempo, a maioria das escolas charter tinha menos de 10% dos alunos na mesma situação.

A principal causa da disparidade é a forma como as escolas charter admitem os alunos, por um sorteio realizado em abril – o ano escolar nos Estados Unidos começa em setembro. Muitas recebem mais candidatos do que as vagas que têm disponíveis. Assim, se uma família se mudar entre abril e setembro, ou no meio do ano letivo, e está procurando uma vaga escolar em um bairro novo, será muito difícil encontrar um lugar para o filho em uma escola ‘charter’. Escolas públicas, por outro lado, permitem mais facilmente que as crianças se desloquem entre as unidades na maior parte dos distritos.

Por outro lado, o estudo mostrou também que as escolas públicas tradicionais nem sempre atendem com isonomia os estudantes sem-teto. Há escolas públicas sem ou com poucos alunos de orfanatos ou sem-teto, e outras que por causa da superlotação não aceitam estudantes no meio do ano. A pesquisa apontou ainda que em alguns distritos, as escolas ‘charter’ têm mais estudantes sem-teto que as públicas – ainda que na maior parte deles não seja assim.

Estudantes sem-teto ou com habitação temporária, em geral, têm muitas dificuldades acadêmicas. De acordo com um relatório do Instituto para Crianças Pobres e Sem-Abrigo da cidade, os alunos em habitação temporária são duas vezes mais propensos a faltar as aulas – o que significa 20 dias a menos de escola. Eles também tendem a mudar de escolar durante o ano três vezes mais e têm taxas muito mais baixas de proficiência.

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