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História

Curitiba, 316 anos na Rua 15

No aniversário da capital paranaense, a memória pode ser evocada em um passeio atento pelos 800 metros da principal rua da cidade

Os quiosques com cúpulas roxas são resquícios da década de 1970, quando a rua foi fechada para pedestres. | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Os quiosques com cúpulas roxas são resquícios da década de 1970, quando a rua foi fechada para pedestres. (Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo)
O Braz Hotel recebeu personalidades de peso como o presidente Getúlio Vargas, em 1953. |

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O Braz Hotel recebeu personalidades de peso como o presidente Getúlio Vargas, em 1953.

O edifício Garcez foi o primeiro arranha-céu da cidade, construído em 1929. |

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O edifício Garcez foi o primeiro arranha-céu da cidade, construído em 1929.

Em véspera de aniversário de Curitiba, que completa 316 anos no próximo dia 29, é possível refletir sobre o seu passado em um passeio atento pelo calçadão da Rua 15 de Novembro. Entre o trecho que vai da Praça Osório à Praça Santos Andrade, são muitas as memórias da cidade.

Partindo-se da "menor avenida do mundo", a Avenida Luiz Xavier, que é um prolongamento da Rua 15, há uma porção de prédios históricos. A começar pelo Edifício Moreira Garcez, de arquitetura art decó, com elementos paranistas. Construído em 1929, foi o primeiro arranha-céu da cidade e por algum tempo esteve entre os três prédios mais altos do Brasil.

Próximo dali há o Braz Hotel – que serviu de púlpito para um discurso de Getúlio Vargas no centenário de emancipação política do Paraná, em 1953 – e o Palácio Avenida, construção de estilo eclético, que data de 1929; antigamente, nele funcionou o "Cine Avenida" e o bar-restaurante Guairacá. Em frente ao Braz Hotel está o Edifício Tijucas e sua tradicional galeria, construído em estilo moderno, no fim da década de 1950.

Diante do Tijucas vale a pena reparar na escultura em homenagem à Boca Maldita – apelido do entorno da Avenida Luiz Xavier, onde intelectuais se encontram desde 1956 para conversar. A "Boca" sempre foi palco de debates e manifestações, como a de 12 de janeiro de 1984, que reuniu milhares de pessoas em um comício pela volta das eleições diretas no Brasil.

Miolo do calçadão

No início da Rua XV de Novembro, na sua junção com a Travessa Oliveira Belo e a Rua Ébano Pereira, se vê o Bondinho da Rua das Flores. Os bondes elétricos circularam pela cidade a partir da primeira década do século 19 até os anos 1950. Porém, o bondinho que está no calçadão nunca passou por ali. Ele foi importado de Santos, São Paulo, e instalado em 1973 para ser um espaço de recreação infantil.

A poucos metros do bonde, pertinho da cobertura de acrílico roxo – que faz parte do mobiliário urbano implantado nos anos 1970, com a criação do calçadão –, perfilam-se os bares Mignon (criado em 1925) e Triângulo (1939). Junto com a Casa das Canetas (1948) e a Confeitaria das Famílias (1945), adiante, são os estabelecimentos comerciais mais antigos da rua em atividade.

Na quadra entre a Avenida Marechal Floriano Peixoto e a Rua Monsenhor Celso, encontram-se outras construções dignas de nota. Próximo à "Marechal" está o prédio da antiga loja "Louvre, o rei das sedas". Erguido em 1913, em estilo art nouveau, hoje é sede das Lojas Marisa.

Já na esquina da Rua Monsenhor Celso é possível ver a Galeria do Plano Agache (plano urbanístico do francês Alfredo Agache, implementado nos anos 1940), o tradicional café Senadinho e um prédio neogótico (mesmo estilo da catedral de Curitiba) construído em 1893, atual agência do Itaú.

Fim do passeio

Seguindo após a Monsenhor Celso, há uma sequência de casarões. Um dos mais representativos é o de número 423, construído em 1921, em estilo art decó. O edifício abrigou por vários anos a Livraria Ghignone.

Na esquina da Barão do Rio Branco, passa-se pela antiga sede do Clube Curitibano, prédio hoje pertencente ao grupo J. Malucelli, e depois pela Galeria Lustosa. Ambos são edifícios dos anos 1950, com características modernistas.

O giro histórico termina no cruzamento com a Rua Presidente Faria. Dali se vê o prédio em estilo neoclássico da Universidade Federal do Paraná – a primeira universidade do Brasil –, cuja construção foi concluída em 1916. Ao seu lado, o Correio Velho, primeira agência oficial de correios e telégrafos de Curitiba, construído em 1934, em estilo moderno.

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