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Como nos colégios mantidos pelo Exército, Colégio da PM de Curitiba é rigoroso em relação à disciplina | Valterci Santos/Gazeta do Povo
Como nos colégios mantidos pelo Exército, Colégio da PM de Curitiba é rigoroso em relação à disciplina| Foto: Valterci Santos/Gazeta do Povo

Colégio da PM tem rotina semelhante

A rotina em escolas mantidas pela Polícia Militar é muito parecida com a de instituições ligadas ao Exército e é exatamente isso que agrada à boa parte dos alunos e, principalmente, dos pais. Segundo a dona de casa Simone do Rossil Bernardo de Souza, que tem uma filha no Colégio da PM de Curitiba, a escolha se deu também pelo fato de a escola ter um ensino "bem puxado".

O diretor da escola, tenente coronel Nilson Carlos Rosa, diz que os policiais também cuidam das redondezas da escola, o que agrada bastante aos pais. "Fazemos isso também como forma de controlar a disciplina dos alunos", diz.

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Oferecer aos filhos uma educação que priorize a disciplina e a responsabilidade. Essa é a principal motivação dos pais que escolhem as escolas militares. Além disso, quem opta por colégios com essa linha leva em conta a colocação nos exames que medem os desempenhos dos estudantes, as taxas de aprovação em vestibulares e até a possibilidade de o filho abraçar a carreira militar.

E os números não deixam dúvidas sobre o potencial dos alunos dessas instituições: dos 20 colégios brasileiros com os melhores resultados no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), nove são militares. No Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), entre os 20 mais bem posicionados, cinco seguem a mesma linha.

No Brasil existem 12 colégios militares, entre os quais o do Paraná, fundado há 50 anos. Ele é vinculado ao Exército e recebe recursos do governo federal. Em média, mensalmente, o repasse é de R$ 900 para a manutenção de cada aluno. Os pais contribuem com uma mensalidade simbólica, de R$130,00.

Quando começou a funcionar, o Colégio Militar do Paraná atendia exclusivamente filhos de militares, mas hoje quase metade dos alunos não tem pais que trabalham no Exército. Para os estudantes que não são filhos de militares, o ingresso é feito por concurso. Em média há 35 candidatos por vaga.

Aprendizado

Mesmo com as mudanças ocorridas após o fim do regime militar, a disciplina ainda é rígida nesses colégios. Cabelo bem curto para meninos, rabo de cavalo ou coque para meninas, fardas e uniformes impecáveis, proibição de uso de brincos e piercings – hoje largamente usados entre os jovens – estão entre as exigências aos alunos. Quando os professores entram na sala, os alunos precisam ficar na posição de sentido. A pontualidade é exigida rigorosamente, assim como o rigor em cumprir a hierarquia. A justificativa é que o cumprimento dessas regras também pode garantir resultados pedagógicos.

De acordo com o psicopedagogo do Colégio Militar do Paraná, Milton Jacques Silva, a disciplina influencia bastante no aprendizado, pois ajuda o professor na hora de passar o conteúdo. "Nossa educação segue os valores do Exército de disciplina e hierarquia", comenta

O diretor do colégio, Carlos Roberto Pinto de Souza, diz acreditar que os pais também o escolhem por saber que lá os méritos dos seus filhos são reconhecidos. Os alunos com melhores desempenhos exercem cargos e funções semelhantes às do Exército, só que na escola. Vai desde o cargo de cabo-aluno até coronel-aluno, destinado aos estudantes do 3º ano.

Todos os colégios militares do Brasil seguem a mesma proposta pedagógica e têm calendário igual. "A idéia é que, se o aluno tiver de ser transferido para uma escola de outra cidade, não tenha prejuízo." Dos 930 alunos do Colégio Militar do Paraná, entre 15% e 20% optam por seguir carreira militar.

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