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Entre as consequências negativas disso está uma onda crescente de pesquisas científicas duvidosas que não podem ser replicadas. | Pixabay.
Entre as consequências negativas disso está uma onda crescente de pesquisas científicas duvidosas que não podem ser replicadas.| Foto: Pixabay.

É um desperdício óbvio formar estudantes demais em diversas áreas, principalmente pseudodisciplinas como estudos femininos, mas o mesmo poderia ser dito sobre ciências? Cientistas, afinal, dão um uso produtivo para a sua formação.

Mesmo assim, expandimos demais a educação em ciências, de acordo com o professor da Universidade Duke, John Staddon, em ensaio publicado pelo Martin Center. 

Novos cientistas são uma força de trabalho barata e descartável para universidades de pesquisa. Enquanto no passado quase todos os graduandos em áreas científicas poderiam esperar conquistar uma posição de docência com grandes perspectivas de carreira, hoje um grande percentual se tornam professores adjuntos que fazem pouco mais do que trabalho manual nos laboratórios dos departamentos. 

“A base do atual excesso de oferta é que a ‘taxa de reprodução’ dos cientistas acadêmicos está muito alta. Cada diretor de laboratório produz durante sua carreira cinco ou seis novos cientistas. Pesquisadores contratam quantos assistentes puderem bancar. Conforme o apoio a pesquisa vem crescendo, também cresce o número de doutores em busca de um emprego com estabilidade”, escreve Staddon. 

Entre as consequências negativas disso está uma onda crescente de pesquisas científicas duvidosas que não podem ser replicadas. Em vez de levar a avanços, essa profusão de trabalhos publicados é apenas muito ruído no sistema. Staddon escreve:

“Os métodos podem ser uma porcaria porque os cientistas no meio atual precisam de resultados para serem publicados – replicáveis ou não. Mas se a proporção de cientistas para problemas solucionáveis está aumentando, pode ser cada vez mais difícil chegar a resultados reais.” 

Concordo totalmente com a conclusão de Staddon de que incentivos perversos no nosso sistema de ensino superior levam a um excesso de oferta de graduandos que querem carreiras na academia. Minha única queixa é que ele não aponta mais precisamente a origem disso: subsídios do governo. 

*George Leef é diretor de pesquisa no John William Pope Center for Higher Education Policy.

©2018 National Review. Publicado com permissão. Original em inglês 

Tradução: Andressa Muniz.

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