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Em defesa da literatura

Para a doutora especialista em leitura Marta Morais da Costa, professora da pós-graduação em Letras da Universidade Federal do Paraná (UFPR), a literatura tem uma característica de descompromisso com a escola. "Há uma incompatibilidade entre a proposta da literatura e de uma escola sistematizada e normativa. A escola foi convertida num espaço e recebeu a função de passar cultura escrita para as crianças, coisa que famílias e outras instituições sociais não fazem", diz. A professora ressalta que toda situação de censura leva a extremos. "Começa devagarinho e logo vamos ter uma pseudo literatura pasteurizada nas escolas", ressalta.

Professor de literatura há 12 anos, Marlus Geronasso ressalta que essa atitude é perversa. "Teremos de censurar tudo, sobretudo a televisão e internet. Se uma equipe de profissionais resolveu adotar esses livros, houve critérios e o dinheiro público não pode ser desperdiçado. O professor tem de analisar a situação em sala de aula", diz. Geronasso lembra que em 1998 sofreu censura em uma escola particular com a obra Juliano Pavolline, de Cristóvão Tezza, o mesmo autor que teve livros recolhidos em Santa Catarina. "É possível contornar a situação, conversando com pais e com a escola. Quem se aventura na escolha do livro tem de ter um propósito. É hipocrisia quem faz busca aos livros", diz

A psicóloga e pesquisadora sobre aprendizagem e adolescência Gabriella Mello Sabag acredita que não há problema que o jovem tenha acesso ao conteúdo literário sobre sexo, desde que seja orientado pelos pais e professores. "O adolescente vai ter contato com sexo de qualquer forma, então é melhor que os responsáveis o ajudem a pensar nas consequências e a refletir sobre o que lê e vê."

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