• Carregando...
Em votação, com voto aberto, as crianças tinham de escolher entre Lula, de número 13, e “Bolsolixo”, com número 40. Além de chamar de Bolsolixo, as professoras utilizam o número errado do presidente (Bolsonaro é candidato à reeleição pelo número 22).
Em votação, com voto aberto, as crianças tinham de escolher entre Lula, de número 13, e “Bolsolixo”, com número 40. Além de chamar de Bolsolixo, as professoras utilizam o número errado do presidente (Bolsonaro é candidato à reeleição pelo número 22).| Foto: Reprodução

Poderia parecer uma atividade pedagógica para estimular o exercício da cidadania, em uma escola infantil no bairro Areias, em Recife (PE). Mas o que dois vídeos (veja abaixo um deles) que estão circulando na internet mostram é apenas uma atividade de doutrinação política.

No primeiro deles, um grupo de crianças, com uniformes característicos da prefeitura municipal, entregam, em fila indiana, seus votos em papel para uma mulher adulta, que parece ser uma professora. No segundo, duas funcionárias retiram os votos de uma urna. Um por um, leem o nome da criança e expõem em quem ela votou.

Apenas dois nomes são mencionados: Lula e Jair Bolsonaro. Sempre que o aluno votou Lula, a funcionária repete o número que representa o partido do ex-presidente do PT nas urnas, 13, e comemora. Em dois casos, os alunos votaram em Bolsonaro. Ela então constrange os “eleitores”, com expressão de desagravo, e repete a expressão “Bolsolixo”. Além do xingamento, as professoras utilizam o número 40, errado, como se fosse do presidente (Bolsonaro é candidato à reeleição pelo número 22).

O ministro da Educação, Victor Godoy Veiga, utilizou suas redes sociais para contestar o vídeo. “É inadmissível a postura desses profissionais que utilizam crianças para doutrinação política nas escolas em nosso país. A doutrinação nas escolas é realizada por uma minoria que prejudica a imagem de nossos professores, uma classe primordial para o futuro do nosso país”, afirma.

“Enquanto nossos estudantes deveriam estar aprendendo e recuperando-se dos impactos ocasionados devido ao fechamento prolongado das escolas na pandemia, vemos situações absurdas como esta”, prossegue. “Como ministro da Educação, já solicitei que a escola em que o episódio ocorreu seja identificada para que sejam esclarecidos os fatos e adotadas eventuais medidas cabíveis, respeitando-se a autonomia das redes estaduais e municipais”.

Procurada, a prefeitura de Recife utilizou o Twitter para se manifestar: “A Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Educação, esclarece que a creche exposta no vídeo não integra oficialmente a Rede Municipal própria de Ensino do Recife. A gestão informa que, aparentemente, se trata de uma unidade comunitária conveniada e que já está apurando o caso para as providências necessárias”.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]