Quem está se preparando para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) provavelmente sonha em tirar nota mil na redação. Para isso, além de atender as cinco competências exigidas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira Universidade (Inep), o participante precisa produzir um texto que respeite os direitos humanos. Mas afinal, o que isso significa?
Quem responde a pergunta é o próprio Inep por meio da Cartilha do Participante, em que explica quais são os critérios considerados na hora de corrigir a redação. De acordo com o documento, desrespeitam esses direitos “propostas que incitam a violência, ou seja, propostas nas quais transparece a ação de indivíduos na administração da punição, como as que defendem a ‘justiça com as próprias mãos’ ou a lei do ‘olho por olho, dente por dente’”.
É importante que o participante tenha cuidado com essa exigência durante todo o texto, mas principalmente no momento em que for elaborar uma proposta de intervenção. Nesse sentido, uma redação que respeite os direitos humanos, segundo o Inep, é aquela que não atenta contra a “cidadania, liberdade, solidariedade e diversidade cultural”.
Em 2015, por exemplo, o tema da redação do Enem foi a persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira. Portanto, o Inep considerou que os direitos humanos não foram respeitados em propostas que incitavam a violência contra a mulher ou contra os próprios infratores. Textos que defendiam a desigualdade salarial ou a diferença de tratamento entre os gêneros também foram considerados fora dos critérios exigidos.
Por outro lado, propostas que envolvem punições intermediadas pelo Estado, como pena de morte ou prisão perpétua, por exemplo, não desrespeitaram os direitos humanos. De acordo com o Inep, elas “não dependem da decisão individual”.
Fora isso, as soluções elaboradas pelos participantes ainda precisam estar amparadas pelos argumentos usados durante todo o texto e por detalhes de como ela poderia ser executada. “Ao redigir seu texto, procure evitar propostas vagas, gerais; busque propostas mais concretas, específicas, consistentes com o desenvolvimento de suas ideias”, explica a cartilha.
Acordo ortográfico
Outro ponto essencial na hora de escrever a redação do Enem é seguir a norma formal de escrita da língua, portanto, o acordo ortográfico, válido desde de 1º de janeiro de 2016, precisa ser respeitado pelo participante. O uso do acordo faz parte da primeira competência exigida pelo Inep, que vale 200 pontos na nota final da redação.
Tema
O participante também precisa escrever o texto dentro de dois aspectos obrigatórios: a proposição deve ser seguida e a redação deve ser do tipo dissertativo-argumentativo.
Por isso, o estudante não pode tratar o assunto sem passar pela questão que está sendo levantada. Um bom exemplo é a proposta elaborada em 2013: “discussão sobre efeitos da implantação da Lei Seca no Brasil”. O candidato fugiria ao tema se falasse sobre trânsito ou bebidas alcoólicas sem relacionar essas problemáticas com a lei.
No outro ponto, não se enquadra como uma redação dissertativo-argumentativa aquela que não apresenta “explicações, exemplificações, análises ou interpretações de aspectos dentro da temática solicitada” e uma “defesa ou refutação de ideias”.
Respeitando essa estrutura, o participante ainda precisará escrever, no mínimo, sete linhas, e não poderá copiar os textos motivadores, total ou parcialmente.
Exemplos de redações que tiraram nota mil e comentários sobre as produções podem ser vistas no site do Inep.



