Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
salário do professor

Estados querem piso corrigido pela inflação

Dez governadores e dezenas de prefeitos vão a Brasília pedir a mudança do parâmetro usado no reajuste do magistério, que hoje é o Fundeb

Mandatários estaduais se reuniram com os presidentes da Câmara dos Deputados, Marco Maia e do Senado, José Sarney | Rodolfo Stuckert/Agência Camara
Mandatários estaduais se reuniram com os presidentes da Câmara dos Deputados, Marco Maia e do Senado, José Sarney (Foto: Rodolfo Stuckert/Agência Camara)

Um dia após o Ministério da Educação (MEC) divulgar o novo valor do piso salarial nacional para professores, governadores de dez estados e prefeitos viajaram a Brasília on­­tem para pedir a troca do parâmetro usado nos reajustes. Eles defendem um índice que traga impacto menor nas contas públicas.

O MEC divulgou anteontem que o piso dos professores em todo o país passará para R$ 1.451, o que representa um aumento de 22,22%. A lei do piso determina que nenhum professor pode ganhar menos que esse valor por uma jornada de trabalho de 40 horas semanais. No entanto, muitos estados e municípios descumprem a regra.

O ministério usou como critério para o novo valor o que está pre­­visto na lei do piso – em vigor des­­de 2008 –, que determina que o reajuste seja feito com base no au­­mento do gasto por aluno no Fun­­do de Manutenção e Desenvolvi­mento da Educação Básica (Fun­­deb). Prefeitos e governadores pe­­dem apoio para o projeto de lei que prevê que o reajuste dos professores seja feito com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que fechou o ano em 6,08%. Eles argumentam que o índice atual provoca um grande impacto orçamentário.

Extraclasse

"Hoje, oitos estados conseguem pagar e Mato Grosso do Sul é um deles, mesmo com o aumento de 22,22% que está no site do MEC", disse o governador André Pucci­nelli (PMDB). "Não estamos contra um piso, mas principalmente contra a hora atividade, que prevê que os professores fiquem 33% do tempo fora da sala de aula", completou. Além do valor mínimo, a lei do piso contém a exigência de que um terço da jornada de trabalho seja fora da sala, em elaboração de aula e atendimento.

Projeto

O projeto de lei que prevê o INPC co­­mo índice foi aprovado no ano passado em caráter terminativo na comissão de finanças e tributação da Câmara dos Deputados – e, por­­tanto, seguiria direto para a sanção da presidente Dilma Rous­­seff. No entanto, a deputada Fáti­ma Bezerra (PT-RN) apresentou re­­querimento para que a questão se­­ja analisada pelo plenário da casa.

Em Brasília, os prefeitos e governadores se reuniram com os presidentes da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), e do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Maia disse que os governadores apontaram que a regra atual de reajuste está causando um "impacto brutal nos estados".

Segundo a Confederação Nacional dos Municípios (CNM), o novo valor do piso terá um impacto de R$ 7 bilhões para os municípios. A entidade alega que a regra de que um terço da jornada seja fora de aula exige 200 mil professores a mais em todo o país.

* * * * *

Interatividade

O reajuste concedido aos professores, de 22,22%, foi exagerado em face das condições financeiras de estados e municípios?

Escreva para leitor@gazetadopovo.com.br

As cartas selecionadas serão publicadas na Coluna do Leitor.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.