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Pais com mais recursos acabaram por contratar professores particulares de álgebra para os filhos; os mais pobres tiverem de esperar para aprender| Foto: Freepik

Para tentar melhorar o desempenho e o número de estudantes negros e hispânicos matriculados nas disciplinas de exatas no ensino médio, a cidade de São Francisco, na Califórnia (EUA), decidiu, em 2015, deixar de oferecer a disciplina de álgebra antes do nono ano do ensino fundamental, além de colocar alunos de baixo, médio e alto desempenho nas mesmas classes. A iniciativa fracassou: estudo de professores da Universidade de Stanford concluiu que atrasar o ensino da disciplina não melhorou o desempenho e nem incentivou os alunos mais vulneráveis a seguirem carreiras relacionadas à matemática avançada, que trazem melhores perspectivas profissionais.

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Em 2021, a matrícula de brancos e asiáticos na disciplina de Introdução ao Cálculo (importante para entrar na universidade nos EUA), no primeiro ano do ensino médio, ainda era acima do dobro de seus colegas negros e hispânicos. Já a adesão de alunos negros e hispânicos para a disciplina de Cálculo manteve-se abaixo de 10%, antes e depois da reforma, e a proporção desses alunos que optou por não se matricular em nenhum curso de matemática em seu último ano permaneceu praticamente inalterada.

A medida também desagradou as famílias, que se uniram contra a decisão das autoridades, alegando que ela causa desigualdade para os mais pobres. Pais com mais recursos acabaram por contratar professores particulares de álgebra para os filhos, para garantir que estivessem preparados para as disciplinas de exatas no ensino médio e poderem disputar uma vaga nas universidades.

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