
As faculdades particulares são responsáveis por dar ao Paraná o título de estado da Região Sul com o pior desempenho no ensino superior. Do total de estabelecimentos no estado (incluindo faculdades, universidades e centros univesitários), 25,3% deles tiveram os mais baixos índices de avaliação (1 e 2) no Índice Geral de Cursos (IGC) divulgado pelo Ministério da Educação (MEC) nesta segunda-feira.
O IGC, feito com base em números de 2005 a 2007, é um indicador de qualidade das instituições de ensino superior. O resultado é expresso em valores contínuos (de 0 a 500) e em conceitos (de 1 a 5). Em todo o país, 588 instituições obtiveram os conceitos 1 e 2, considerados ruins. No Paraná, foram 40 faculdades.
O pior resultado do estado ficou com a Faculdade de Ciências, Letras e Educação do Noroeste do Paraná (conhecida como Faculdade Novo Horizonte), em Loanda, na região Norte, com 88 pontos no IGC e conceito 1. Em penúltimo, aparece a Faculdade Estácio Radial, em Curitiba, com nota 112 no IGC e conceito 2. A direção acadêmica da Radial informou que pediu esclarecimentos ao MEC e alega que apenas os ingressantes dos cursos de Administração, Direito e Engenharia da Produção foram avaliados, porque a instituição só vai formar alunos em 2009. Com isso, a direção diz ter sido prejudicada.
As 588 instituições com baixos conceitos (1 e 2) foram ou serão visitadas por especialistas do MEC. Se os baixos resultados do IGC forem confirmados, as instituições ficarão impossibilitadas de abrir novos câmpus, cursos ou de ampliar vagas em cursos existentes até resolver os problemas indicados, mediante termo de saneamento firmado com a Secretaria de Educação Superior. "Até a criação de um novo modelo de regulação da educação superior, o Ministério da Educação não tinha como impedir o crescimento de instituições de má qualidade", disse ontem o ministro da Educação, Fernando Haddad.
Em todo o país, nove estabelecimentos tiveram baixos IGC confirmados, sendo dois no Paraná: as Faculdades Integradas Espírita, de Curitiba, e a Faculdade de Educação Física de Foz do Iguaçu.
As Faculdades Espírita não vão se pronunciar sobre o assunto até que seja julgado um recurso protocolado no MEC. A coordenadora do curso da Faculdade de Foz do Iguaçu, Eloisa Alexandre, e o diretor da Faculdade Novo Horizonte, Darci Cruz, foram procurados pela reportagem e não retornaram as ligações até o fechamento desta edição.



