O secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do MEC, André Lázaro, admite que o Brasil Alfabetizado teve um impacto menor do que o esperado na redução do analfabetismo. Mas considera excelente o formato do programa e defende maior participação do Sistema Único de Saúde (SUS) no atendimento oftalmológico e na distribuição de óculos para a população iletrada: "A queda (do analfabetismo) não é proporcional aos nossos esforços."
Segundo ele, 80% das turmas do Brasil Alfabetizado funcionam no Nordeste. Essa seria a explicação para a diminuição mais acentuada do analfabetismo entre a população de 15 anos ou mais na região: de 22,43%, para 18,7%, de 2004 para 2009. No Brasil, a redução foi de 11,45% para 9,7%.
Lázaro reconhece que as taxas de analfabetismo permaneceram no mesmo patamar em três regiões: no Sudeste, a variação foi de 6,62% para 5,7%, entre 2004 e 2009; no Sul, de 6,28% para 5,5%; e no Centro-Oeste, de 9,18% para 8%. E, no Nordeste, ela tem caído em ritmo menor do que o desejado. "Isso significa que a gente não tem conseguido alcançar os analfabetos."
Para ele, porém, o Brasil Alfabetizado tem muitos pontos positivos: "Temos um excelente programa. O desenho é bom, porque dá autonomia aos parceiros. E o foco no Nordeste tem apresentado resultados. Na região urbana, a taxa de analfabetismo de 15 a 29 anos (1,76%) já é bastante reduzida. Os nossos maiores desafios estão na população idosa e rural."
Ele acredita que o Brasil cumprirá a meta das Nações Unidas, que prevê chegar a 2015 com taxa de analfabetismo de 6,7%. E, embora evite criticar o IBGE, diz que espera o resultado do censo para saber o tamanho do problema, pois a Pnad é feita por amostragem e pode conter erros.
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