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Viagem

Intercâmbio para pai, mãe e filhos

Modalidade em ascensão permite que crianças, jovens e adultos fiquem juntos para o aperfeiçoamento de idiomas no exterior

 | Giuliano Gomes/ Gazeta do Povo
(Foto: Giuliano Gomes/ Gazeta do Povo)

O desejo de garantir aos filhos uma experiência de estudos no exterior é, para muitos pais, conflitante com os receios de que o jovem passe necessidades ou corra riscos de segurança. Para que a viagem não tire o sono de ninguém e o aprendizado também chegue aos adultos, algumas agências de viagem têm apostado na modalidade de intercâmbio em família. De acordo com empresas do setor, a procura por esse tipo de serviço aumentou cerca de 80% nos últimos quatro anos.

As configurações do programa variam bastante, mas, em geral, a modalidade prevê que, em parte do dia, pais e filhos participem de atividades adequadas às suas idades para o exercício do idioma e reencontrem-se no final da tarde para ações recreativas ou com tempo livre. Assim, enquanto crianças e adolescentes ficam em turmas que praticam esportes e falam sobre assuntos do mundo pop, os adultos aperfeiçoam o inglês usado em ambientes corporativos. À noite, as acomodações são planejadas de modo que a família fique junta em hotéis ou apartamentos na escola em que todos estão matriculados.

Embora admita que a motivação de algumas famílias seja a segurança dos filhos, a gerente da agência Student Travel Bureau (STB), Karin Rhoden, afirma que é crescente o número de pais que procuram a modalidade por terem consciência de que precisam aperfeiçoar o domínio do inglês. "Na época em que esses pais eram jovens, os programas de intercâmbio eram menos comuns. Então, eles aproveitam a oportunidade dada ao filho para que eles também passem pela experiência", diz.

Segundo Karin, outra razão que justifica o aumento da demanda são os cursos direcionados a públicos cada vez mais jovens. Nos Estados Unidos e na Inglaterra, os destinos mais procurados, há instituições que acolhem crianças estrangeiras desde os 8 anos de idade. Embora outros destinos como Canadá e Nova Zelândia também sejam procurados, Karin diz que nada se compara ao interesse dos brasileiros pelo litoral norte-americano, como os estados da Flórida e da Califórnia. "A maioria aproveita as férias escolares de junho ou julho e concilia o aprendizado do idioma com o verão no hemisfério norte."

Duração

Embora os pacotes procurados com mais frequência sejam os de curta duração, entre 20 e 30 dias de curso, há quem se planeje para uma verdadeira mudança de residência, por períodos mais longos. "Já atendemos famílias que escolheram se mudar para os Estados Unidos por seis meses até que o filho completasse um semestre de curso", conta Michele Argenta, gerente da Travel Mate. Segundo ela, alguns clientes procuram a agência porque a empresa tem sede nos Estados Unidos, o que facilita o auxílio às famílias intercambistas em relação a burocracias, como o aluguel de uma casa.

Dicas

Saiba o que vale a pena levar em consideração antes de embarcar com a família:

Sem português

Para o intercâmbio realmente valer como imersão em um outro idioma é preciso que pais e filhos partam com a convicção de aperfeiçoar o uso da língua estrangeira, inclusive nas conversas domésticas. Se a família só falar português quando estiver a sós, os efeitos da experiência para o domínio do idioma não serão tão eficazes.

Planejamento

Programas mais longos, de seis meses ou mais, exigem mais planejamento, principalmente quando envolve a matrícula dos filhos em escolas comuns. Portanto, cobre da agência de intercâmbios, com antecedência, o máximo de informações sobre a burocracia local e as vagas para estrangeiros.

Acomodação

O tipo da acomodação faz toda a diferença no preço final. Portanto, quem está disposto a abrir mão do conforto dos hotéis pode investigar por conta a disponibilidade de algum alojamento estudantil que aceite famílias. É o caso de algumas universidades, como mostra a história da professora Keiko Fonseca. Essa opção nem sempre é citada nos pacotes.

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