O Brasil é um país de intercambistas: só em 2014, 300 mil deixaram o país para estudar fora. A estimativa é da Business Marketing International (BMI), empresa organizadora do Salão de Estudante, que ocorre nesta terça-feira (15), em Curitiba. Para a edição deste ano, o desafio é encontrar formas de driblar a desvalorização do real frente ao dólar norte-americano e ao euro.
Congelamento do dólar, parcelamento, linhas de crédito e isenção de taxas são algumas das estratégias adotadas pelas agências de intercâmbio que vão expor no salão, para atrair o bolso dos intercambistas. As promoções variam de empresa para empresa, explica a gerente de marketing do evento, Fernanda Lins Benielli.
A feira conta ainda com uma programação de palestras. Representantes dos Estados Unidos, Argentina, Portugal e Reino Unido dicas para quem quer estudar em algum destes países. Além disso, há um espaço na programação voltado especificamente para quem pretende cursar parte do ensino médio no exterior.
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Uma opção para driblar a alta do dólar é reduzir o tamanho do curso. “Antes as pessoas iam passar seis meses nos Estados Unidos, agora passam dois meses, fazem um curso mais em conta”, explica Fernanda.
Para os cursos de aperfeiçoamento da língua inglesa, uma opção é procurar outros países que tem o inglês como língua materna. Canadá, Austrália, Malta e África do Sul são opções. Além disso, destinos exóticos (como o Oriente Médio) são uma alternativa cambial.
“As pessoas começam a ser um pouco mais realistas. Deixam de fazer uma coisa grandiosa, fazem cursos menores”, analisa Maura Leão, presidente da Belta, associação que congrega instituições de intercâmbio de todo o Brasil.
Maura detecta uma mudança no perfil dos cursos preferidos pelos brasileiros. O número de jovens que fazem a graduação completa no exterior, por exemplo, aumentou. “Estudar fora é um mercado que tem sido impulsionado pelo desejo das famílias de mandar os filhos para fora”, explica.
Além disso, a procura por cursos de idioma especializados (voltados para uma profissão específica, por exemplo) aumentou quase 20%, entre janeiro e julho deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo a associação.
A alta pode estar relacionada a uma busca por um maior investimento na carreira. É o que fez Rodrigo Chandelier, que resolveu trancar o curso de Comércio Exterior – a seis meses da formatura – para apostar em um intercâmbio profissional, nos Estados Unidos.
Ele vai para a cidade de Wheaton, nos arredores de Chicago, para trabalhar com agenciamento de cargas, mesma atividade que já desenvolvia no Brasil. A pior parte foi a variação do dólar de quando ele fechou o pacote – meados de março – até agora. “É um pouco caro, mas ainda bem que tenho condições de ir, então espero que a experiência compense”. É a aposta.



