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Giovana (ao centro) tem 8 anos e já elegeu o Google como primeiro e principal “tirador de dúvidas” e fonte de pesquisa. Mas na escola não deixa os livros |
Giovana (ao centro) tem 8 anos e já elegeu o Google como primeiro e principal “tirador de dúvidas” e fonte de pesquisa. Mas na escola não deixa os livros| Foto:

Uma lição complicada ou um trabalho de pesquisa da escola. Se em outra época esse era o momento em que reinava a enciclopédia na estante da sala, hoje o queridinho dos estudantes é o buscador da internet – uma excelente alternativa. Resta aos pais e educadores colocar os meios para que as crianças saibam identificar quais são as fontes confiáveis – vencendo a fase de acreditar na lista dos ‘mais lidos’ do Google –, e evitar que os pequenos acessem conteúdos agressivos e inadequados à sua idade.

A principal maneira de garantir esses dois objetivos é acompanhar a pesquisa e conquistar os filhos para os conteúdos que realmente valham a pena. Pais devem supervisionar o uso da navegação diretamente, ajudando a criança na descoberta das informações, até que ela esteja pronta para um uso seguro.

Mesmo assim, como acontece com os adultos, muitas vezes sites duvidáveis ‘assaltam’ a tela do computador e deixam as crianças reféns da situação. Para isso, existem os famosos filtros de internet. Apesar de impedir surpresas desagradáveis, esses mecanismos, porém, não são infalíveis.

Confira abaixo dicas de como tornar mais segura a navegação dos pequenos:

* Os filtros de internet permitem barrar sites e conteúdos, definir tempo de uso e restringir aplicativos. No site da ProTeste, há uma lista de programas que controlam o que as crianças conseguem acessar no computador e a avaliação do desempenho de cada um. Um exemplo gratuito é o We-Blocker.

* Nos smartphones, caso os pais queiram permitir o uso apenas às ferramentas de busca para trabalhos escolares e não às redes sociais, o app ‘PSafe Total’, por exemplo, além de proteger as informações do celular, oferece a possibilidade da inclusão de senhas extras para utilizar aplicativos mais importantes. A ferramenta também gerencia o smartphone à distância, podendo bloquear o aparelho. Há ainda uma função que dificulta a desinstalação do antivírus por hackers ou o uso de dados protegidos.

Parceria com a escola

Livros trazem apenas um recorte dos conteúdos e, por isso, são necessárias outras fontes de pesquisa, também na sala de aula. “A internet complementa a aprendizagem”, acredita Sheila Lippmann Hey, coordenadora do Colégio Marista Paranaense.

Além de bibliotecas escolares estarem bem equipadas, o uso do computador pelas crianças é uma prática consolidada em países com os melhores índices educacionais do planeta, como a Finlândia. “As novas tecnologias contribuem em todos os campos, também nos mais inusitados, como a escrita”, afirma Flávio Sandi, diretor educacional do Colégio Santa Maria.

Fugir do mundo virtual pelo medo de experiências negativas não é uma boa saída. “O diálogo com a escola, é peça-chave para manter uma relação sadia e incentivar a reflexão no mundo virtual”, orienta Emilio Simoni, gerente de Segurança da PSafe.

* É bom explicar às crianças como funcionam os antivírus e os programas antiphishing (que identificam mensagens falsas para “pescar” informações pessoais).

* Atrair os filhos para a excelência é outra grande arma. Bibliotecas virtuais contribuem para complementar o conteúdo das aulas. Por isso, os pais precisam mostrar quais são os links interessantes e navegar com os filhos, mostrando como aproveitar o tempo nessas páginas. Se os filhos se acostumam com o belo e o saudável, é mais difícil que visitem outros sites. O professor pode ajudar na escolha de sites enriquecedores para a pesquisa.

A autonomia deve ser incentivada em qualquer fase da vida. Um caminho interessante para desenvolver essa competência nos filhos é acompanhá-los e, aos poucos, deixar que caminhem por eles mesmos.

Flávio Sandi diretor educacional do Colégio Santa Maria

* Esteja por dentro dos hábitos de seu filho na internet, quais tipos de sites ele acessa e as atividades nas redes sociais. O computador deve ficar em local visível e de fácil verificação por parte da família, com horários limitados para uso. Crianças e adolescentes devem ser orientados para pedir ajuda caso encontrem algo estranho.

* Como as redes sociais são os principais meios de comunicação das crianças e adolescentes com seus amigos, é muito importante ensinar, desde cedo, como devem ser utilizadas e os riscos contidos. Os pais devem fazer ver que as redes sociais são espaços que devem ser usados com responsabilidade, pois, uma vez publicado um texto ou foto, perde-se totalmente o controle sobre ele.

* Como é impossível controlar todas as conversas virtuais do seu filho, é importante que sejam reforçadas algumas das mais tradicionais regras do convívio familiar, como “não falar com estranhos” e “não dar informações pessoais”. É preciso que os pais alertem seus filhos de que a internet facilita o anonimato, devendo-se tomar cuidado com informações compartilhadas com estranhos.

* Converse com a criança sobre o que é certo e errado também na web. A responsabilidade sobre todos os atos dos filhos recai sobre pais e responsáveis, em caso de dano material ou moral, causado por uma criança ou adolescente, os pais serão responsabilizados, conforme o artigo 932 do Código Civil.

* Não é crime monitorar as ações dos filhos na internet. Isso está previsto nos artigos 1.630 e 1.634 do Código Civil Brasileiro, pelos quais os pais exercem o “Poder Familiar”. Isso significa que aos pais e responsáveis legais é dada a incumbência sobre a educação e criação dos filhos menores, tê-los em sua companhia e guarda e assegurar-lhes a sua segurança e o seu crescimento saudável.

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