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Expressão por meio de ilustrações também foi objetivo do projeto. | /Divulgação
Expressão por meio de ilustrações também foi objetivo do projeto.| Foto: /Divulgação

Uma grande dificuldade encontrada pelo surdo é a aquisição de conhecimentos, devido às barreiras linguísticas. Para a escola, suprir essa falta de informação é um grande desafio. A professora Ilze de Brito Correa conhece bem este trabalho. Participante do Projeto Ler e Pensar há 5 anos, Ilze, que leciona na Escola Municipal Ulisses Guimarães, em Campina Grande do Sul, instituição patrocinada pelo HSBC, descobriu o jornal como um recurso pedagógico valioso. “O letramento de surdos exige uma prática diferenciada, que sistematize a leitura e a escrita como forma de integração com o meio e apreensão dos conhecimentos sociais”, conta a professora. Para ela, o objetivo principal é a inclusão; no seu caso, isso significa incluir sua turma de nove alunos da sala de recursos multifuncional à escola e à comunidade.

Em todas as aulas o periódico foi amplamente explorado. Com a leitura diária das notícias, os alunos sentiam-se à vontade para escolher temas que estivessem relacionados à sua realidade: eleições, clima, alimentação saudável, reciclagem, cultura negra e violência, entre outros. Logo, organizar uma edição do jornal da escola, o “Gazetinha”, se tornou passo obrigatório. Os estudantes distribuíram exemplares na escola e no comércio local. “Esse momento foi importante, pois os alunos foram estimulados a entrar em contato e a se comunicar com pessoas que cruzam no dia a dia”, conta Ilze. A produção do jornal também motivou atividades de pesquisa, entrevistas, tabulação de dados e construção de gráficos.

Memória coletiva

Outra iniciativa foi criar um livro fotográfico de memória coletiva. Nele, todas as imagens da turma seriam registradas: caminhada no bairro, passeio ao Museu Paranaense, entrevista com o dentista, palestra sobre reciclagem e outras atividades.

“A interação com os colegas melhorou muito, pois muitos trabalhos foram construídos em conjunto. Além disso, o fato de apresentar o que foi feito para o resto da escola contribuiu para melhoria da comunicação, autoestima e, consequentemente, a inclusão. Essa exposição favoreceu a visibilidade dos surdos na comunidade. Leitura e expressão foram os resultados mais impactantes”, comemora Ilze, emocionada.

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