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As eleições para a nova diretoria do sindicato de professores da Universidade de Brasília (UnB), encerradas na última sexta-feira (25), foram marcadas por fortes acusações das duas chapas que concorreram à direção da associação de docentes, conduzida desde 2008 por grupos considerados pela oposição como “conservadores” e “de direita”. 

Por outro lado, a chapa da situação, ‘ADUnB para os Professores’, alega que o candidato adversário, o agora presidente-eleito Luís Antônio Pasquetti, desviou R$ 3,8 milhões de reais do Fundo Nacional de Educação (FNDE) quando ainda era secretário-geral da ANCA (Associação Nacional de Cooperação Agrícola), órgão ligado ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). 

Polêmica 

Membro do Conselho Fiscal da instituição entre 2003 e 2006, o professor formado em História pela PUC-SP, Luís Antônio Pasquetti, e mais dois diretores da ANCA, foram condenados pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região a ressarcir aos cofres públicos os valores captados para a compra de vinte mil exemplares do livro "História da Luta pela Terra e o MST" para alunos do programa Educação de Jovens e Adultos (EJA) do Ministério da Educação (MEC).

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Segundo o TRF, os materiais didáticos nunca foram entregues aos estudantes. Pasquetti e a ANCA ainda são réus em diversos outros processos que correm no Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a não prestação de contas com a administração pública federal.  

Procurado pela Gazeta do Povo,  Pasquetti não quis falar sobre o caso, mas em nota publicada pela chapa “ADUnB Viva”, afirma que não há condenação em nenhum dos processos e que todos estão em fase recursal. 

“Não vamos nos submeter a esta prática de impor pelo medo, pela força, pela difamação as vontades de um pequeno grupo na UnB, bem representado pelo candidato a Presidente da Chapa 1, que terá que responder na justiça esta difamação”, diz a nota. 

Outro lado

De acordo com Ebnezer da Silva, candidato derrotado da chapa 1, “as denúncias começaram a chegar pelos próprios professores”; Silva lamenta que “não exista uma política de ‘ficha-limpa’ nas eleições dos sindicatos em todo o país”.

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“Como deixar um sindicato como o nosso, rico e com grande alcance, nas mãos de uma pessoa que já se mostrou inapta para lidar com dinheiro?”, questiona. Atualmente, o sindicato dos educadores da UnB possui 2.340 associados e arrecada, mensalmente, um valor aproximado de R$ 300 mil.  

Ideologias adversas 

Outra reclamação do grupo político que atualmente comanda a ADUnB é de ligação estreita de Luís Antônio Pasquetti com partidos ligados à esquerda. 

“Nossa chapa, durante os dez anos em que estivemos na direção do sindicato, sempre defendeu uma ação sindicalista desligada de partidos políticos. Não queremos que o nosso sindicato seja novamente usado para aparelhamento político, seja por partidos de esquerda ou de direita,” diz Virgílio Caixeta Arraes, atual presidente da ADUnB.

Segundo Virgílio, a atual gestão não pode ser reduzida a uma ideologia única, como acusa a chapa adversária. 

“Somos um grupo plural. O que incomoda alguns setores da categoria é a não partidarização das nossas ações. Por exemplo, alguns associados defendiam que o sindicato deveria se posicionar contra ou a favor do Impeachment [da presidente Dilma Rousseff], mas não o fizemos por respeito a posição de cada um dos nossos membros: somos a favor da política sindical, mas contra a política partidária dentro do sindicato”, conclui.

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