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Economia

Mesada deve ter significado educativo

Liberar dinheiro para os filhos é um poderoso instrumento de educação financeira, que gera dúvidas na hora de ser posto em prática

Gabriela, de 10 anos (à esq.), guarda parte da mesada para comprar livros. A irmã, Ana Julia, de 6 anos, ainda não se preocupa em poupar | Antonio Costa/Gazeta do Povo
Gabriela, de 10 anos (à esq.), guarda parte da mesada para comprar livros. A irmã, Ana Julia, de 6 anos, ainda não se preocupa em poupar (Foto: Antonio Costa/Gazeta do Povo)

Muito mais do que evitar que os filhos peçam dinheiro a todo instante, a mesada (ou semanada) tem um importante impacto na vida de uma criança. Se bem trabalhada pelos pais, a medida permite que tornem-se adultos mais equilibrados financeiramente.

Segundo o economista Gilmar Mendes Lourenço, coordenador do curso de economia da FAE Centro Universitário, o que se vê hoje, principalmente entre universitários, é um espírito de responsabilidade financeira bem desenvolvido. "É uma geração entre 18 e 30 anos que foi a primeira a sentir essa modificação na vida social, incomum para seus pais."

Para que tenha efeitos positivos, o primeiro cuidado é definir bem qual é a finalidade da mesada. Os filhos precisam saber que o dinheiro é para que comprem o que gostam, mas que é um recurso finito, segundo o economista Carlos Eduardo Guimarães, diretor financeiro da Fundação de Estudos Sociais do Paraná (Fesp). "O valor não pode ser alto, muito além dos gastos que os filhos costumam dar aos pais, para que o dinheiro não seja desperdiçado". Outra medida é cortar presentes fora das datas especiais. "Do contrário, não estarão dando a noção de limite."

A gerente de loja Cleunice Nunes de Oliveira dá R$ 10 por semana para as filhas Gabriela, de 10 anos, e Ana Julia, de 6 anos, apesar de terem idades diferentes. "A menor é muito esperta. Se der menos, questiona". As duas gastam a mesada com figurinhas, doces e batom. Mas, segundo a mãe, na mão da mais nova é vendaval. "Ela gasta tudo rapidamente, mas se conforma. À medida que for crescendo vai perceber que também é bom poupar", diz a mãe. A mais velha consegue guardar mais da metade do valor. "Tiro uma parte para comprar livros", afirma Gabriela.

Segundo Cleunice, a necessidade de ter mesada partiu de Gabriela, há dois anos, ao perceber que os colegas de escola tinham seu próprio dinheiro. "Aprovei a ideia porque é uma forma de saberem o valor das coisas e que nem tudo vem de mão beijada. Hoje sinto que ela é bem responsável."

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