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Ministério da Educação decide rever posição contrária ao homeschooling

Pasta pode adotar postura favorável ao ensino doméstico, ao contrário do que vinha defendendo até aqui

Ministro Mendonça Filho se reuniu com defensores do ensino doméstico nesta semana | ReproduçãoAned
Ministro Mendonça Filho se reuniu com defensores do ensino doméstico nesta semana (Foto: ReproduçãoAned)

O Ministério da Educação vai rever sua posição sobre o ensino doméstico (homeschooling) e já prepara um novo parecer para substituir os anteriores, que eram contrários à prática. 

Na quarta-feira, o ministro Mendonça Filho se reuniu com representantes da Aned (Associação Nacional de Ensino Doméstico) e com o deputado José Carlos Aleluia para tratar do assunto.

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A associação deixou o encontro celebrando uma vitória: segundo a Aned, o ministro se declarou favorável ao ensino doméstico e ordenou a elaboração de pareceres favoráveis à prática para guiar o debate sobre o tema no Congresso Nacional (onde há um projeto de lei que regulamenta a prática) e no Supremo Tribunal Federal (aonde o assunto também chegou e pode entrar na pauta em breve). 

“Hoje é um dia histórico para a Educação Domiciliar no Brasil”, afirmou a associação em sua página.

O deputado Aleluia também comemorou: “Em conversa com o ministro Mendonça Filho, avançamos na consolidação de um modelo de homeschool respeitando as diretrizes do MEC”, disse ele, em uma declaração feita nas redes sociais. 

Leia também: homeschooling cresce com vitória parcial no STF

O Ministério da Educação confirma que vai rever os pareceres sobre o homeschooling (elaborados na gestão petista e abertamente contrários à prática).

Mas, em nota enviada à Gazeta do Povo, a assessoria do Ministério da Educação foi cautelosa: “O ministro Mendonça Filho solicitou às áreas técnicas e jurídicas do MEC um estudo técnico e aprofundado sobre o assunto e, inclusive, disse estar aberto ao diálogo, novamente, com a equipe da Associação, para apresentar um posicionamento oficial”.

Debate

Até agora, a posição do MEC era a mesma do governo anterior: a de que o ensino fere tanto à Constituição quanto o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) e a LDB (Lei de Diretrizes Básicas da Educação).

A Constituição trata a educação como “dever do Estado e da família”.

O ECA prevê a “obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua freqüência e aproveitamento escolar”.

A LDB, por sua vez, estabelece que “é dever dos pais ou responsáveis efetuar a matrícula das crianças na educação básica a partir dos 4 anos de idade”.

Já os defensores do homeschooling argumentam que a Constituição prevalece sobre os outros dispositivos legais, e que a regra constitucional não implica na obrigatoriedade da matrícula na escola. Sob essa interpretação, o ECA e a LDB devem ser aplicados aos pais que não oferecem nenhum tipo de ensino às crianças (nem mesmo o doméstico). 

Os apoiadores do homeschooling também citam pactos internacionais dos quais o Brasil é signatário e que preveem a primazia da família na educação das crianças.

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