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Lúdico

Música e poesia para crianças

Duo paulistano quer sua música como instrumento de ensino

“Nossa intenção é fazer música bem humorada e poética”, diz Paulo Tatit | Arnaldo J. G. Torres / Divulgação
“Nossa intenção é fazer música bem humorada e poética”, diz Paulo Tatit (Foto: Arnaldo J. G. Torres / Divulgação)

O Palavra Cantada é uma du­­pla de músicos formada por Paulo Tatit e Sandra Peres que pretende contribuir para a formação das crianças pela música. O duo paulistano lançou seu primeiro CD em 1994. Inti­tulado Canções de Ninar, o álbum ganhou o Prêmio Sharp (hoje Prêmio TIM de Música) de melhor disco infantil – e foi apenas o início para os dois. Desde então, já lançou mais 11 CDs e quatro DVDs, além de ter chegado à marca de um milhão de álbuns vendidos. Recentemente, Tatit e Sandra lançaram seu mais novo trabalho, chamado Brincadeiras Musicais. São cinco CDs acompanhados de livro e DVD que totalizam cerca de 80 brincadeiras musicais. "O processo de gravação foi muito gostoso, nos divertimos muito", contou Tatit, em visita a Curitiba para um pocket show na livraria Bis­­bilhoteca, no final de setembro.

Palavra Cantada

A dupla surgiu da vontade de fazer músicas infantis com poesia e elementos lúdicos – eles queriam produzir canções modernas para as crianças de hoje. "Nós criamos composições inéditas de musicas infantis. A intenção é fazer música bem humorada e poética – esse é o nosso norte. Nas canções, o ritmo é o mais importante, por isso as músicas têm que ter uma pegada cativante, e muita energia, para que elas possam se identificar e gostar do que estão ouvindo", explica Paulo Tatit.

Músicas para crianças

Os dois já eram músicos antes do Palavra Cantada. "Começamos a entrar nessa área quando percebemos que existiam poucas músicas de ninar. Então, o nosso objetivo era ampliar e variar esse repertório", diz Tatit. Para ele, "o bacana da música é que não existe uma classificação, como acontece na literatura, em que os livros são para crianças de até dois anos; de dois a seis anos; de sete a dez anos... A música suaviza esses limites, deixa mais abrangente." E Sandra concorda que com a música, perdem-se as barreiras. "A música é mantra, é repetição. Tem que trazer conforto", diz.

Escolha dos temas

"Temos uma preocupação com o conteúdo das nossas canções. Elas têm que ser adequadas, já que participamos da formação das crianças. Na música Pomar, por exemplo, nós procuramos retratar toda a abundância de frutas do Brasil. As crianças adoram o ritmo. E algumas escolas que trabalham com nossas músicas, vão além: soubemos de uma que, com base na letra, ensinou as crianças como é o plantio de uma árvore e eles chegaram até a plantar algumas sementes. É muito bacana quando ouvimos histórias assim", conta Tatit.

Shows

Para Sandra, fazer shows é como rezar. "Toda essa mágica que acontece quando estou no palco me conforta e me traz motivação. A gente brinca no palco. As crianças ficam com vontade de participar e tentam imitar o que a gente faz".

Os shows são feitos especialmente para as crianças, mas os pais também têm seus lugares cativos. "Nós queremos que nossa música chegue ao maior número de crianças e seus pais. Uma criança desenvolvida tem um adulto bem intencionado do lado", complementa Sandra.

Em sala de aula

"Queremos que as escolas públicas tenham acesso ao nosso material também, que ele chegue a crianças de periferias de todos os lugares, diz Sandra. Tatit fala que gostaria que o material do Palavra Cantada "servisse para desenvolver o ensino de música nas escolas, para dar recursos aos professores na hora de preparar aulas que inspirassem o aluno e puxassem discussões de diversos assuntos."

Interatividade

"A criança dá um retorno muito claro – se você souber perceber – de que música "pega" para ela. Mas às vezes, aquela canção não diz respeito a ela. Se você não criar uma linguagem artística, poética, espiritualizada que vá ao encontro delas, você não as ganha! Hoje vemos que a nossa grande vitória é que nosso material não é um método; nós inventamos algo diferente. Para nós o importante é falar do dia a dia, de temas atuais. Algo obrigatório é chato!", diz Tatit.

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