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informe institucional

O Cotidiano escolar como reflexão

Em abril do ano passado, já provocamos a reflexão sobre "A quem mediamos conhecimentos?". Conti­nuamos nossa busca essencial de "quem se ensina", com a ideia de que a partir das relações o homem e as coisas se definem, e não ao contrário. O tempo passou, e agora propomos um convite à reflexão sobre a compreensão dos sujeitos que se determinam mutuamente no espaço/tempo escolar, bem seus conflitos cotidianos.

Com base em Heller (2008), o cotidiano é fundamental na construção dos papeis sociais e a escola tem papel relevante na sociedade. Como esse caráter de relevância se articula frente às transformações cotidianas? Como esses são percebidos como elementos de identidade formativa pelos agentes transformadores e transformados, no caso explicito: os professores? No cotidiano, a cultura da escola se expressa, e busca dar visibilidade ao ethos cultural – sua identidade. A escola constitui um mundo social com ritmos, ritos e linguagem característicos e interage com os sujeitos. Segundo Forquin (1993), a escola constitui um mundo social com características próprias modos de regulação e transgressão e gestão simbólica. Hoje, ser professor inclui conhecer o cotidiano educacional, sabendo que não se trata de uma receita única, mas de uma a cultura que não ignora os sujeitos e seu ambiente de entorno, como enunciado por Alves (2001).

As escolas não podem ser analisadas fora do tempo e lugar que atuam, pois refletem interesses sociais e individuais. Mesmo cumprindo visões determinadas, se modificam, pois são construídas pela história sociocultural e profissional de seus personagens – sonhos e possibilidades.

Quais são as possibilidades que hoje temos, como professores, e quais os sonhos que nutrimos dentro dos nossos espaços escolares? O que estruturam nossas crises e o saber que mediamos?

Preparar-se para essa nova concepção de saber é elemento crucial. Isso sem contar com a característica profissional de compreensão do que vem a ser o espaço escolar e as demandas sociais frente ao conhecimento, bem como as articulações específicas da área para qual atua. "Ao profissional da educação cabe o processo de humanização da sociedade, pois essa é a função primordial da educação, e seu principal desafio a inserção do homem no convívio social". (Pimenta,2002).

Vamos retomar ao diálogo?

* Marlei Malinoski, mestre em Educação, professora da Universidade Tuiuti do Paraná e dos Ensino Fundamental e Médio da SEED /PR, doutoranda em Educação pela PUC/PR e membro do Conselho de Educação IGRPCOM.

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