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Equipe do Clube de Astronomia do Colégio Estadual do Paraná (CACEP) estima que durante as quatro décadas de funcionamento, mais de um milhão de pessoas visitaram o espaço. | Divulgação.
Equipe do Clube de Astronomia do Colégio Estadual do Paraná (CACEP) estima que durante as quatro décadas de funcionamento, mais de um milhão de pessoas visitaram o espaço.| Foto: Divulgação.

“O Planetário é um cinema, um teatro, em que os astros são os atores”.

É desta forma que o professor, astrônomo e diretor do Observatório e Planetário do Colégio Estadual do Paraná, José Manuel Luís da Silva, descreve sua segunda casa, onde passou os dias nas últimas quatro décadas.

Presente desde a concepção do projeto, o professor José foi um dos responsáveis por convencer, em 1972, o então governador do Paraná, Pedro Viriato Parigot de Souza, a aprovar a verba e a construção de um marco das ciências espaciais no estado. 

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“Trazendo para os valores de hoje, a construção teve um custo aproximado de 500 mil dólares. Metade da verba foi disponibilizada pelo estado do Paraná e a outra metade arrecada entre alunos, pais, professores e sociedade”, conta o astrônomo e um dos responsáveis pelo espaço, Paulo Roberto Lagos. 

Desde então, o local serve como uma extensão das salas de aula do Colégio Estadual, organizando sessões de caráter pedagógico para estudantes do Ensino Infantil, Médio e Profissional, com sessões durante todo o ano.

“São aulas temáticas que duram em média uma hora, em que os alunos reveem muitos dos conceitos trabalhados em diversas disciplinas”, explica o diretor do Planetário e professor de Astronomia do Colégio Positivo, Amauri Pereira. 

Estrutura

O Planetário possui uma capacidade de atendimento sessenta e duas pessoas por sessão. A equipe do Clube de Astronomia do Colégio Estadual do Paraná (CACEP) estima que durante as quatro décadas de funcionamento, mais de um milhão de pessoas visitaram o espaço, nas mais de quinze mil sessões ministradas pelos profissionais da instituição.  

“Por não existir uma disciplina intitulada ‘Astronomia’ no ensino brasileiro, tentamos abarcar esses assuntos em outras matérias, então os conteúdos são interdisciplinares, pegando conceitos da geografia, física, história, matemática”, conta Amauri Pereira. 

Por se tratar de uma construção pública, ele também está à disposição da comunidade paranaense, sendo aberto ao público em sessões durante os finais de semana.

“São extremamente encorajadas as visitas ao edifício, sejam de escolas públicas, de forma gratuita, ou de escolas privadas, que pagam uma pequena taxa de manutenção”, completa Amauri.

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A comunidade também pode participar de aulas e palestras sobre ciências espaciais: uma vez por mês professores do Colégio Estadual realizam encontros sobre assuntos como a história da astronomia e instrumentação astronômica. 

Ligação sentimental 

Com uma rotina cada vez mais dependente de aparelhos modernos e eletrônicos no dia a dia das crianças, o professor Amauri acredita que um equipamento “antigo” como o projetor alemão Zeiss ZKP1, instalado já na inauguração do Planetário, ainda consegue cativar os jovens. 

“Por ser eminentemente um espaço imersivo, nós saímos do cenário lúdico para a realidade do aluno que vai buscar no céu as constelações, como as Três Marias e o Cruzeiro do Sul. Esse é um conhecimento que eles aprendem a gostar na infância e levam para a vida inteira”, afirma. 

Em comemoração aos 40 anos do Planetário, será realizada uma sessão em homenagem ao ex-governador e responsável pela construção do espaço, Pedro Viriato Parigot de Souza, nesta sexta-feira (27). 

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Durante o evento, que contará com as presenças de autoridades políticas e públicas do estado, assim como alunos participantes das atividades espaciais da escola, será realizada uma sessão que simulará o céu exatamente como ele se encontrava no dia de 26 de fevereiro de 1916, às 20h, data e hora de nascimento do ex-governador. 

“É uma pequena homenagem para aquele que tornou esse sonho possível há quarenta anos”, conclui Amauri.

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