
A iniciativa de aproximar a Matemática do cotidiano de meninos e meninas a partir de traços arquitetônicos rendeu o título de Educador Nota 10 à professora Marlene Garcia Alves, do Colégio Estadual Vale do Saber, em Apucarana, no Norte do estado. Ela está entre os 10 primeiros colocados a única do Paraná, entre mais de 3,5 mil inscritos em todo o país do prêmio promovido pela Fundação Victor Civita e continua no páreo para ganhar o posto de Educador do Ano, resultado que será conhecido em 20 de outubro.
Marlene sempre teve a iniciativa de apontar caminhos práticos para o conteúdo dado em sala de aula. Batizado de "Arquiteto por um dia", o projeto da professora paranaense misturou conteúdos dos planos cartesianos e de Artes. Os alunos do 8.º ano do ensino fundamental foram desafiados a localizar pares ordenados em planos formados pelos eixos X e Y. Ao ligar os pontos, os estudantes se deparavam com fachadas de casas e prédios, como o da própria escola. As cores e os demais elementos que compuseram o cenário do trabalho ficaram a critério da turma.
"A minha ideia foi trazer um pouco do cotidiano para a sala de aula. Deixei que eles criassem seus desenhos também, apresentando sempre a sequência de pares. Alguns fizeram a fachada de suas casas", conta. Segundo a professora, mesmo os alunos que não têm a Matemática como a disciplina favorita mostraram ter absorvido bem o conteúdo com o trabalho.
O importante, na avaliação de Marlene, foi também a possibilidade criada de apresentar a matéria e despertar nos estudantes vocações na área, como o desejo de seguir a profissão de arquiteto. "O professor tem de dar o pontapé inicial, precisa ser o condutor do ensino", pontua.
Tributos
Ao longo de 22 anos de magistério, Marlene já desenvolveu outros projetos usando elementos da disciplina e externos para oferecer uma maneira diferente de aprendizado. Em uma dessas iniciativas, premiada em 2006 com o 2.º lugar do Concurso Agrinho, do Serviço Nacional da Agricultura (Senar), ela ensinou tributos a partir da criação de empresas fictícias pelos alunos. "Na Matemática, temos de tentar descontrair, trazer o que está fora para os conteúdos da sala de aula", defende.



