Quase metade das escolas de ensino fundamental não tem bibliotecas

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A disponibilidade de bibliotecas nos colégios brasileiro ainda está longe de atingir a todos os alunos, revelou o Censo Escolar 2017, divulgado na quarta-feira (31) pelo Ministério da Educação (MEC).

No ensino fundamental, por exemplo, pouco mais da metade, 54,3% das escolas, possui bibliotecas ofertadas. Além disso, o acesso à tecnologia de comunicação e informação nesses colégios também não é uma realidade: 46,8% dispõem de laboratório de informática; 65,6% possuem acesso à internet; e 53,5% é do tipo banda larga nas escolas onde tem internet. 

Os números do ensino médio são diferentes. Mas também ainda não atingem a totalidade dos alunos. As bibliotecas estão presentes em 88% das escolas. Sobre laboratórios de informática, 45,4% dispõem desse atendimento. Além disso, 91,3% têm acesso à internet e 79,9% utilizam conexão banda larga.

País perdeu 202 mil matrículas entre 2016 e 2017 no ensino médio, enquanto redução no fundamental foi de 12,2 milhões para 12 milhões; dados foram divulgados pelo Censo Escolar 2017. https://t.co/M53hIWD0ax

— Gazeta do Povo (@gazetadopovo) January 31, 2018

Nos últimos anos, o Brasil registrou um aumento no número de matrículas na educação básica de alunos de 4 a 17 anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento ou altas habilidades. O percentual de estudantes dessa faixa incluídos em classes comuns passou de 85,5% em 2013 para 90,9% em 2017. 

Apesar do crescimento, as escolas que oferecem ensinos infantil, fundamental e médio não acompanharam a inclusão desses novos alunos e ainda enfrentam dificuldades estruturais para atender esse tipo de estudante. 

No ensino infantil, por exemplo, apenas 26,1% das creches e 25,1% das pré-escolas têm dependências e vias adequadas a alunos com deficiência ou mobilidade reduzida. Além disso, menos da metade das escolas de educação infantil possuem banheiro adaptados. O índice chega a apenas 32,1%. No Brasil, existem 116,6 mil instituições cadastradas na educação infantil. 

Já no ensino fundamental, a situação é um pouco menos preocupante para alunos portadores necessidades especiais nas 131,6 mil escolas que oferecem alguma das séries dessa etapa curricular. Apesar disso, 60,1% dos colégios ainda não têm banheiros adaptados. Em relação à adequação das vias e dependências para o mesmo público, o percentual é de apenas 29,8%. 

Os melhores indicadores de infraestrutura para portadores de necessidades especiais foram vistos no ensino médio, com adaptação atingindo 62,2% dos banheiros e 46,7% nas demais dependências. 

A infraestrutura inadequada acaba sendo um gargalo para que as escolas atendam qualquer aluno. Em todas as etapas houve evolução de matrículas inclusivas de estudantes com deficiência em classes comuns. 

No ensino infantil, o índice passou de 71,7% em 2013 para 86,8% em 2017. No último ano, o percentual alcançou 87% para o fundamental e 98,9% para o médio. 

Frisa-se que, apesar de o ensino médio oferecer uma estrutura mais adequada, os alunos com necessidade especiais representam apenas 1,2% sobre o número total de matriculados. É menos da metade que o verificado para o fundamental, com 2,8%.