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Veja que o ensino fundamental perdeu alunos da rede pública |
Veja que o ensino fundamental perdeu alunos da rede pública| Foto:

Estado vive boom do ensino técnico

O Paraná pode estar vivendo, a partir deste ano, um boom nas matrículas do ensino profissionalizante (ensino médio integrado ao técnico), e o Censo da Educação Básica de 2009 reafirma esta tendência. O estado registrou o dobro do crescimento nacional de matrículas nesta modalidade entre os anos de 2008 e 2009. O aumento foi de 16,3%, enquanto no Brasil esta variação ficou em 8,3%.

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O ensino fundamental no Paraná manteve uma boa média nacional no número de matrículas de 2008 para 2009 graças às escolas particulares: enquanto a rede privada aumentou em 5,6% a quantidade de alunos em relação ao ano passado, as escolas públicas, estaduais e municipais tiveram uma queda no mesmo período: 1,03% e 1,9%, respectivamente (veja quadro ao lado). O Paraná segue a tendência do Sul do Brasil, que é a única região do país que teve um acréscimo no número de matrículas apenas nas instituições privadas, en­­quanto as públicas amargaram a perda de estudantes. Os números são do Censo Escolar da Educação Básica 2009 e foram divulgados ontem pelo Ins­tituto Nacional de Estudos e Pes­­­quisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Segundo o professor do setor de Educação da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Angelo Souza, a migração da rede pública para a particular ocorre porque as famílias diminuíram de tamanho e a renda per capita aumentou. "Isso é ainda mais marcante no Sul do Brasil. As famílias passam a ter mais dinheiro, porque optaram por diminuir o número de filhos, e matriculam a criança no ensino privado. É a ideia da escola como base para o futuro: os pais garantem aos filhos a educação de qualidade que não tiveram", afirma. A superintendente de gestão educacional da Secretaria Municipal de Educação de Curitiba, Meroujy Giacomassi Cavet, explica que já se percebe uma leve queda no número de matrículas nas escolas municipais de ensino fundamental. "Apesar de ter sido pequena, ela nos faz refletir sobre o que aconteceu. Acredito que seja em consequência da maior oferta destas vagas por parte da rede privada. Os pais colocam o filho na pré-escola privada e, no ano seguinte, a escola resolve abrir os primeiros anos do ensino fundamental. É mais cômodo para a família deixar a criança onde está", diz.

No Colégio Bom Jesus, por exemplo, a procura pelo ensino de base tem sido grande, a ponto de algumas turmas já não terem mais vagas para o próximo ano. "Observamos um crescente aumento, principalmente no ensino fundamental de 5.ª a 8.ª série. No Brasil, há esta cultura de que a escola privada é melhor e mais forte, eu discordo parcialmente desta ideia. Temos escolas públicas de boa qualidade também", afirma o coordenador-geral do Ensino Fundamental II do Bom Jesus, Pedro Gardim.

Se por um lado o Paraná aumentou o número de matrículas nas escolas privadas, o ensino fundamental, abrangendo todas as instituições, teve uma queda de 0,8% na quantidade de estudantes matriculados. No Brasil, a diminuição ficou entre zero e 2%: apenas cinco estados tiveram uma quantidade ainda menor de alunos inscritos: Paraíba, Ceará, Bahia, Minas Gerais e Mato Grosso. Segundo o Inep, o número de matrículas de um ano para o outro permaneceu praticamente estável na educação de base, com uma ligeira queda, porque as taxas de fecundidade diminuíram, o que fez com que o número de matrículas se mantivesse.

Ensino médio

O Paraná manteve o mesmo crescimento nacional em relação ao número de matrículas no ensino médio: não chegou a 1% de acréscimo de 2008 para 2009. Segundo Souza, isso ocorre porque o país está conseguindo equiparar a idade dos alunos à fase escolar a que eles se referem. Nos outros censos escolares, o número de alunos no ensino médio era maior do que a expectativa populacional – desta faixa etária – que precisaria estar na sala de aula. "Era de 108%, ou seja, tínhamos 8% a mais de alunos do que o esperado. Isso acontece porque alguns entram antes da idade ‘correta’ e outros ficam repetindo de ano. Agora, este porcentual caiu para 102% no Brasil. A educação média está melhorando", afirma Souza.

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