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Apenas 0,5% dos cursos de formação de professores a distância têm nota máxima no indicador de qualidade do governo federal. Na modalidade presencial, esse percentual é de 2,5%.

A educação a distância é aposta para expansão do ensino superior, principalmente nas instituições particulares. Quase metade (46,8%) dos alunos de licenciaturas (que formam professores) está em cursos a distância. A baixa qualidade da formação dos futuros professores é apontada como um dos entraves para a melhoria da educação.

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O Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), órgão ligado ao Ministério da Educação, divulgou nesta terça-feira (18) os indicadores de qualidade de cursos superiores e de instituições com dados relacionados a 2017.

Os cursos são classificados pelo CPC (Conceito Preliminar de Curso), indicador que leva em conta notas de uma prova feita por concluintes (o Enade) e informações como o perfil de titulação de professores. Esse conceito tem uma escala de 1 a 5 - cursos com CPC 1 e 2 são considerados insatisfatórios e podem ter sua autorização de funcionamento comprometida.

Apesar de ter percentual menor de graduações com notas 5 e 4, as licenciaturas a distância tem um volume menor entre os níveis considerados inadequados: 7,1%. Entre as licenciaturas presenciais, são 8,8%.

Os indicadores de qualidade são produzidos todos os anos por grupos de cursos. Assim, as graduações são avaliadas a cada três anos.

As áreas avaliadas no Enade 2017, com resultados divulgados agora, foram letras, matemática, ciências sociais, educação física, geografia, história, filosofia, pedagogia, química, música, ciências da computação, ciências biológicas, artes visuais, sistema da informação e as engenharias. 

Nesse grupo há licenciaturas e bacharelados. Também estão na lista cursos de tecnologia na área de análise e desenvolvimento de sistemas, gestão de produção industrial, gestão da tecnologia da informação e redes de computadores.

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São 10.210 cursos com CPC calculado. Do total, considerando cursos presenciais e a distância, apenas 2,3% têm nota máxima. O que representa 231 cursos. Outros 9,5% (969) tiveram índice entre 1 e 2, considerado inadequado.

A partir da média do CPC nos últimos três, combinada com outras informações, o Inep calcula uma nota para a instituição. Esse indicador chama-se IGC (Índice Geral de Cursos).Somente 1,6% das instituições têm nota máxima. São apenas 34. Na outra ponta, 13,5% ficaram com IGC menor que 3, o que também pode comprometer o funcionamento dos cursos.

Desde 2004 está em vigor o Sinaes (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior). Ele compreende a construção de indicadores destinados a estabelecer um panorama de qualidade de cursos e instituições, além de induzir melhorias. Os indicadores são também base para a supervisão e regulação do setor.

Uma auditoria do TCU (Tribunal de Contas da União), realizada no meio deste ano, mostrou que o sistema não tem sido capaz de expressar o nível de qualidade dos cursos universitários do país. Ao contrário, superdimensiona em muitos casos a qualidade das graduações.

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