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Ensino Público

Sob pressão, governo reduz lista de escolas que podem fechar

Depois de admitir fechamento de 71 instituições, Secretaria de Educação fala em no máximo 31

Pátio do Dom Orione, colégio tradicional do Santa Quitéria, em Curitiba: pressão da comunidade fez o governo recuar sobre fechamento. | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Pátio do Dom Orione, colégio tradicional do Santa Quitéria, em Curitiba: pressão da comunidade fez o governo recuar sobre fechamento. (Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo)

Pressionado por professores, pais de alunos e até por deputados aliados, o governo do Paraná tem passado informações desencontradas sobre reformulações em escolas públicas em 2016. Se na quinta-feira, a Secretaria da Educação havia admitido que 71 instituições seriam fechadas, agora se fala em no máximo 31 escolas .

Foi o que disse em entrevista à Gazeta do Povo a secretária de Educação, Ana Seres Comin (os números dela, porém, não contemplam a fusão de escolas prevista no plano do governo). Até agora, a secretaria não informou quais escolas correm o risco de fechar. Tudo o que há é a informação de diretores, que, na semana passada, foram comunicados do encerramento das atividades nas instituições de ensino que comandam.

É o caso do Colégio Estadual Tiradentes, no Centro de Curitiba. Na sexta-feira (23), o diretor Dario Zocche foi comunicado de que, no ano que vem, a escola não existirá mais. A intenção é que o prédio seja ocupado pelo Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos (Ceebja) Poty Lazarotto, que fica em um imóvel alugado na Rua São Francisco.

Hoje, o Tiradentes atende a 600 estudantes, dos níveis fundamentais e médio. A maior parte deles vem de bairros da periferia de Curitiba ou da Região Metropolitana. São estudantes que fazem estágio no Centro durante a tarde ou têm pais que trabalham na região central. De acordo com Zocche, as 11 salas de aula estão ocupadas pela manhã. Durante a tarde, são apenas quatro. “Mas é porque estamos retomando o turno da tarde, que ficou fechado por muitos anos”, diz Zocche.

Os alunos seriam transferidos para outras escolas da região central e o tradicional Tiradentes – que tem 123 anos – sumiria. “Recebemos a notícia com surpresa. Agora, a comunidade escolar está se mobilizando para evitar que o fechamento da escola aconteça”, diz Zocche. Na noite de segunda, haveria uma reunião com pais, estudantes e representantes da comunidade local para discutir o assunto.

Na última sexta-feira foi a comunidade da Escola Dom Orione, tradicional no Santa Quitéria, que se reuniu para debater o possível fechamento. Um dia antes, a diretora da escola, Maria Ivonete Vendranetto, foi comunicada de que não deveriam ser abertas novas matrículas em 2016 e a escola encerraria suas atividades logo que os estudantes que hoje estão cursando o 6.º ano concluíssem o ensino fundamental. A notícia causou estranheza na direção da escola. Não há salas ociosas ou turmas com número reduzido de estudantes. São 800 alunos matriculados e todos os anos há uma lista de quase 300 à espera de uma vaga.

Apesar de ter 48 anos de existência, até hoje a Dom Orione ocupa um terreno alugado. Acabar com os aluguéis de imóveis para escolas é justamente um dos objetivos da reestruturação estudada pelo governo. A economia com a transferência para imóveis públicos seria de R$ 1,5 milhão mensais. Ao todo, 109 escolas funcionam em prédios alugados; nove em Curitiba.

A notícia do fechamento da escola ganhou as redes sociais e mobilizou a comunidade. A grita geral fez o governo recuar. Na semana que vem, a diretora tem uma reunião com a superintendente de Educação, Fabiana Cristina Campos. Por enquanto, a informação é que a escola permanecerá aberta.

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