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Escolas que serão fechadas no Paraná estavam em “processo de extinção”, diz secretária

Ana Seres Trento Comin afirmou que está cuidando pessoalmente para que não haja prejuízo ao ensino público com as mudanças; até 40 escolas devem ser fechadas no estado

 | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
(Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo)

A secretária estadual de Educação, Ana Seres Trento Comin, trocou a coletiva de imprensa que detalhou o fechamento de escolas no Paraná pela participação na cerimônia do programa pedagógico Agrinho, da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), que ocorreu simultaneamente na manhã desta segunda-feira (26). Lá, ela discursou para uma plateia de aproximadamente 2 mil estudantes, professores, diretores de escolas e autoridades, recebendo efusivos aplausos, mas sem tocar no tema do fechamento dos colégios estaduais em sua fala.

Em entrevista à Gazeta do Povo logo após o evento, ela minimizou o assunto, destacando que as escolas que serão fechadas “já estavam em processo de extinção”. A secretaria garantiu que está cuidando pessoalmente para que não haja prejuízo ao ensino público com as mudanças. Confira a entrevista:

O governo já possui um plano de ação para o fechamento das escolas estaduais?

[As escolas que serão fechadas] são escolas do campo que já estavam em um processo gradual de extinção, pois já não tinham mais turmas do sexto e sétimo ano. Ao todo, 31 escolas estão nessa situação. Nesse caso os alunos serão transferidos para outras escolas do campo. Quanto as demais escolas, é uma questão de locação. As escolas serão remanejadas para prédios nossos, mas nenhum aluno ficará sem matrícula. Os profissionais que atuam nessas escolas só irão trocar o local de trabalho. Sendo assim, nós teremos 31 escolas que realmente serão extintas.

Não existe o risco de a demanda voltar a crescer, forçando o governo a reabrir as escolas? Como fica a situação dos imóveis que ficarão vagos?

Essa situação [o fechamento] é temporária, por dois anos. Se após dois anos a demanda alterar, a escola reabre. Hoje nós temos algumas escolas do campo que funcionam em dualidade, já que os prédios são dos municípios [mas a gestão é do estado]. Nessa situação os prédios retornam para os municípios. Já para os nossos prédios, do estado, vamos fazer adequações e, se a escola não reabrir em dois anos, esses prédios serão deixados a critério da comunidade escolar para desenvolver projetos e atividades que poderão ser realizadas naquele ambiente.

Não há risco de faltar espaço nas escolas que vão receber os alunos e funcionários?

Tudo isso nós já estamos monitorando. Nós não vamos ter escolas com superlotação porque eu sou extremamente criteriosa com a resolução [que determina a lotação máxima das salas de aula]. Eu não aceito que haja mais de 40 alunos nas turmas de ensino médio. No ensino fundamental esse limite é de 35 alunos. E no sexto e sétimo ano são permitidos até 30. Eu mesma serei criteriosa para que a legislação da secretaria não seja descumprida. Onde houver número maior de alunos do que a resolução prevê, a própria secretaria vai abrir novas turmas.

A senhora teme que essa decisão motive protestos, como está ocorrendo no estado de São Paulo, que implementou medida semelhante?

Eu tenho mantido diálogo franco e aberto com o sindicato [a APP-Sindicato] e com as lideranças dos municípios, principalmente os prefeitos, deputados e vereadores. Eu ouço a comunidade antes de tomar as decisões. Onde a comunidade não foi ouvida nós tivemos alguns problemas e aí a secretaria retomou, conversou com a chefia do núcleo, como é o caso de Curitiba, onde a Seed [Secretaria de Estado da Educação] está assumindo a reorganização das escolas.

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