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O primeiro dia de greve dos docentes da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), nos Campos Gerais, esvaziou nesta sexta-feira (17) o câmpus central, que concentra os cursos da área de Humanas, e alterou parcialmente o cenário do câmpus de Uvaranas, pois os cursos das áreas de Saúde e de Engenharia tiveram aulas normalmente. A coordenação do movimento diz que a adesão foi de 90% e que a greve vai continuar por tempo indeterminado.

No câmpus central havia faixas e cartazes sobre a greve em todos os corredores. Apenas os técnico-administrativos da UEPG e os alunos e professores da Universidade Aberta da Terceira Idade (Uati) estavam em atividade. Um grupo de alunos confeccionou e colocou cartazes em algumas salas de aula sugerindo que os professores que não aderissem ao movimento não tivessem direito ao reajuste.

De acordo com mensagem de um projeto de lei, assinada na última quarta-feira pelo governador Beto Richa e que será enviada à Assembleia Legislativa para análise, os docentes das universidades e faculdades estaduais terão um reajuste médio de 31,73%, a partir de outubro, com o plano de equiparação salarial dos professores com o quadro técnico das instituições.

O professor e chefe do departamento de Odontologia, Fábio André dos Santos, que trabalhou nesta sexta, disse que a decisão pela paralisação foi muito rápida. "Houve assembleia num dia e greve no outro", lembra. Ele afirma que as aulas práticas na clínica odontológica não podem parar. "Temos pacientes até de outras cidades que estavam com consulta marcada, como vamos dizer para eles que não podemos atender porque estamos em greve? Sou a favor da paralisação, mas acho que alguns serviços não podem parar", comenta.

No curso de Medicina, as aulas teóricas e práticas prosseguiram normalmente ontem. A aluna do primeiro ano do curso, Marina Bertucci, conta que as aulas do ano letivo começaram há um mês (devido ao calendário diferenciado do curso) e os alunos já enfrentaram duas paralisações. A primeira ocorreu por iniciativa dos próprios estudantes, que fizeram manifesto por causa da falta de professores, e a segunda agora movida pelo sindicato docente. "Eu preferia que a greve não acontecesse, mas acho que os professores devem se mobilizar para conseguir alguma melhoria porque se não for assim não conseguem nada", opina.

O reitor da UEPG, João Carlos Gomes, lembra que a preocupação é que o movimento não prejudique o andamento do calendário escolar. "Eu e todos os reitores estamos acompanhando as reivindicações dos professores e pensávamos que a situação já estava contornada", afirma. Conforme a presidente do Sinduepg, que representa a categoria, Jeaneth Stefaniak, o comando de greve vai se reunir na Assembleia Legislativa, na próxima semana, para pressionar os parlamentares a votarem a mensagem do governador em regime de urgência. "Só vamos parar a greve quando o projeto estiver aprovado e publicado", enfatizou.

A primeira

A UEPG foi a primeira instituição estadual a entrar em greve neste ano. Na UEM, em Maringá, na Unicentro, em Guarapuava, e na Unioeste, em Cascavel, a paralisação inicia na próxima terça-feira, dia 21, enquanto que a UEL, de Londrina, e a Uenp, dos municípios do Norte Pioneiro, entram em greve no próximo dia 3.

A última greve de docentes na UEPG ocorreu no primeiro semestre de 2004 e durou cerca de um mês. Na época, os docentes protestavam por melhorias no ensino e contra o fechamento de cursos, como o de Medicina, que foi retomado posteriormente. Desde outubro do ano passado, no entanto, já ocorreram três paralisações de um único dia na instituição para cobrar a equiparação salarial.

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