Horas depois de quatro integrantes do Movimento Brasil Livre (MBL) serem espancados em um dos campi da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), na tarde desta quinta (13) em Florianópolis, a direção da instituição disse que repudia “qualquer ato de violência em suas dependências, contra qualquer pessoa”.
Em uma nota publicada no site oficial, a UFSC afirma que ainda está tomando conhecimento dos fatos para tomar as medidas cabíveis, mas que sabe-se até agora que houve um “acesso e intervenções não autorizadas no prédio do Centro de Convivência, uma edificação que está parcialmente inoperante e que tem áreas sem condições de uso”.
A área, segundo os integrantes do MBL, estava tomada por pichações com temática política de esquerda que eles foram cobrir com tinta. Após saírem, relatam, o local foi novamente pichado, desta vez com frases contra o MBL, inclusive vinculando o movimento ao nazismo.
“A universidade condena a ação de grupos organizados, externos à instituição, que promovem invasões a espaços educacionais e atitudes que claramente expressam o desconhecimento da realidade institucional, maculando a imagem da UFSC”, disse a instituição (veja na íntegra).
Ainda segundo a UFSC, a obra estava parada e será retomada em breve após ter recursos realocados no orçamento de 2023.
Israel Russo, assessor de imprensa do MBL, diz que o “grupo organizado externo” à universidade fez uma emboscada contra os integrantes do movimento, sendo que um dos criminosos portava uma faca e os outros estavam em posse de pedaços de madeira. Dois celulares, um microfone e um óculos foram roubados pelos vândalos.
“No caso do João Bettega [um dos integrantes do MBL], se tratou de uma tentativa de homicídio. Já identificamos cinco deles, que irão enfrentar as consequências. Não vão ficar impunes”, disse Israel.
A ação dos integrantes do MBL faz parte de um projeto de denúncia de vandalismo de bens públicos por ativistas de esquerda em universidades públicas. Na semana passada, o projeto teve início com a repintura do Departamento de Filosofia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), tomado por pichações políticas.
Lá não houve registro de agressões. “Começamos recentemente no Rio Grande do Sul e a ideia é vir do Sul até o Norte, visitando várias universidades federais. O projeto vai continuar. Pretendemos inclusive voltar na UFSC”, concluiu Russo.
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