Cerca de cem alunos do Centro Universitário Curitiba (Unicuritiba) protestaram por meia hora na noite desta terça-feira (30) para chamar a atenção da sociedade, professores, Reitoria e outros estudantes sobre uma lista de reivindicações para a melhoria do ensino na instituição. O evento "Queremos mais respeito do Unicuritiba!", organizado há pelo menos um mês nas redes sociais, tinha a confirmação de 871 pessoas. A concentração foi na frente do câmpus da Rua Chile, no bairro Rebouças. O segundo semestre acadêmico dos cerca de 5,3 mil alunos começou nesta semana.
O protesto foi pacífico e com "barulho" da bateria. No convite foi destacado que alunos que desrespeitassem o patrimônio da faculdade responderiam pelo ato conforme o regimento interno da instituição. Na lista com 16 reivindicações, as que ganharam mais destaque foram a saída do pró-reitor Acadêmico, Adriano Goedert; a reestruturação da biblioteca; estacionamento gratuito e fim das taxas administrativas; o fim do monopólio da cantina; o repúdio à aplicação imediata de nova grade curricular e a valorização e mais autonomia para os professores.
A maioria dos presentes era formada por acadêmicos de Direito. Aluno do 10.º período, Lucas Zago de Oliveira disse que "o principal ponto, que realmente mobilizou os alunos, foi o problema na rematrícula". Oliveira explica que a grade curricular foi alterada e imediatamente aplicada a todos os alunos, o que fez com que estudantes que já haviam cursado algumas disciplinas tivessem de fazer e pagar outras matérias, com mesmo conteúdo, mas nome diferente.
O evento organizado por alguns estudantes de forma autônoma ganhou o apoio "logístico" do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e do Diretório Acadêmico Clotário Portugal, do curso de Direito. "Não podemos dar o apoio formal por medo de represália", afirma o presidente do diretório, Wagner Chequeleiro Cordeiro.
Cordeiro conta que a Reitoria do Unicuritiba chamou representantes dos alunos para uma reunião na última quinta-feira (25). "Eles reforçaram que as portas estão abertas para o diálogo, mas os acadêmicos acabam tendo respostas vazias. Esse movimento surgiu não pela falta de canal, mas por ser mal utilizado", afirma o aluno. Durante o encontro, Cordeiro lembra que foi falado aos alunos que quem estivesse envolvido com o movimento poderia sofrer medidas disciplinares do regimento interno da instituição.



