
O calendário estabelecido pelo conselho universitário da Universidade Federal do Paraná (UFPR) após a maior greve da história que durou quatro meses, de maio a setembro de 2012 previa que todas as aulas fossem dadas normalmente e cumprissem a carga horária devida para que o estudante não fosse prejudicado. Mas não é isso que tem acontecido em alguns cursos. As aulas na instituição voltaram, ou deveriam ter voltado, na última segunda-feira.
Estudantes de diferentes graduações têm reclamado que alguns professores não cumpriram com o programa da disciplina, pularam alguns conteúdos, substituíram provas e aulas por trabalhos e terminaram as aulas antes do dia 21 de dezembro, quando começou o recesso de quatro semanas.
Claudia Pacheco está no último ano de Relações Públicas e conta que, das seis disciplinas que cursa, professores de apenas duas estão cumprindo o cronograma. "Um dos professores resolveu dar aula a distância. Apenas passava o que tínhamos que fazer em casa." Sem contar que a sua turma não teve aulas na última semana acadêmica de dezembro e o retorno das atividades foi programado para hoje.
No curso de Letras, problemas semelhantes ocorreram no final do primeiro semestre letivo. Juliana da Silva está no último ano e tem de fazer o trabalho de conclusão de curso (TCC). Ela reclama que se sentiu prejudicada por ter tido menos tempo para desenvolver o projeto e pelo fato de algumas aulas terem sido dadas superficialmente ou "bem matadas", como ela diz.
A troca de provas ou conteúdos que deveriam ser dados em sala por trabalhos para casa foi comum em outros cursos, como Direito, Administração e Informática Biomédica. Embora Ketline Lu, acadêmica do primeiro ano de Direito, se sinta prejudicada pelo comportamento de alguns professores, ela acredita que não deixou de aprender nada. "Penso que a matéria que nos foi dada no ano passado, mesmo com a greve, nos deixa a frente de muitas instituições."
Por conta da coordenação
Segundo a pró-reitora de Graduação da UFPR, Maria Amélia Sabbag Zainko, os professores têm autonomia para ministrar o conteúdo e podem trocar avaliações ou fazer outras mudanças, desde que cumpram a carga horária prevista no programa de cada disciplina.
Quando refez o calendário, a universidade sabia que ele seria mais curto, mas o conteúdo programático teria espaço suficiente para ser dado. "A instituição cuidou para que os estudantes não fossem prejudicados. Se o aluno se sentir assim, ele deve reclamar na coordenação do curso e avisar o coordenador que o professor não está cumprindo com seu trabalho", explica Maria Amélia.
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