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O professor Laqua defende que o aluno de Animação saiba desenhar para se destacar no mercado de trabalho | Antônio Costa/Gazeta do Povo
O professor Laqua defende que o aluno de Animação saiba desenhar para se destacar no mercado de trabalho| Foto: Antônio Costa/Gazeta do Povo

Verdadeiro ou falso

Tire suas dúvidas sobre o que é verdade ou mito em relação à carreira de Animação:

É preciso saber trabalhar em equipe? VERDADEIRO.

Um filme de animação costuma reunir um grande número de profissionais, e cada um é especializado em determinada função, seja criação, direção, iluminação. É da combinação harmoniosa de diferentes talentos que se tem um bom resultado.

Saber desenhar já garante uma boa animação? FALSO.

Desenhos bem feitos não são suficientes. A qualidade do trabalho também depende do repertório cultural do animador e de conhecimentos sobre arte e técnicas de pintura, desenho e até combinação de cores e texturas.

Conhecimentos em outras áreas contribuem para o trabalho do animador? VERDADEIRO.

Conceitos de fotografia (como princípios de luz e sombra), de arquitetura (para criar cenários e ambientes diferentes) e até de teatro e moda (para o posicionamento e construção de personagens) fazem a diferença.

A tecnologia, computadores e softwares fazem todo o trabalho pesado? FALSO.

Para produzir uma animação, tanto na forma tradicional (como nos filmes antigos da Disney e séries de TV), como na forma tridimensional (filmes produzidos pela Pixar ou Dreamworks), é preciso mais que simplesmente usar um software, pois ele só atende a comandos.

Fonte: Profissionais entrevistados.

  • Aquarela do professor Laqua

Quando se fala em animação, parece difícil não associá-la ao cinema e a desenhos animados. Entretanto, o profissional envolvido com essa arte – e com a tecnologia rela-ionada a ela – costuma ter trabalhos espalhados por toda parte: em ferramentas educacionais, jogos eletrônicos, propagandas.

Hoje, as animações fazem parte de vídeos e softwares de ensino a distância e estão presentes em infográficos animados, que ajudam a deixar as aulas mais dinâmicas e atrativas. O mesmo recurso é usado como diferencial em eventos e apresentações empresariais. O mercado de games está repleto de animadores e até os comerciais têm se rendido, cada vez mais, aos encantos da animação.

As propagandas da bebida energética Red Bull, que traz personagens que "ganham asas", e a mascote Baianinho, das Casas Bahia, são exemplos de sucesso – e de trabalhos bem feitos –, segundo especialistas na área.

Perfil

Criatividade, dedicação e disposição para se atualizar constantemente são requisitos importantes para quem quer seguir a carreira, escolhida principalmente por quem vem das áreas de Design, Publicidade, Rádio e Tevê e Artes Visuais. Contudo, saber desenhar também é importante, segundo o animador Laqua, proprietário do centro de animação tradicional Casa Terezinha Bevilaqua e professor da graduação em Design Digital da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).

"Se o profissional não sabe desenhar, acaba ficando muito em cima de truques de softwares. Desse tipo de animador o mercado está cheio", diz o professor, que também coordena a nova pós-graduação em Animação Digital da PUCPR, que oferece certificação dupla em parceria com o British Columbia Institute of Technology.

Tecnologia é importante, mas colocar a mão na massa e conhecer métodos tradicionais de desenho e pintura soma muito à formação. Laqua se diz defensor da arte tradicional, que tem a argila e a aquarela como matérias-primas. "Isso ajuda a desenvolver a percepção de volumetria e a combinação de cores. Assim o aluno entende que o computador é a simulação do real e vai saber que cores deve combinar para chegar a determinada cor", exemplifica.

Estudo e paciência são fundamentais para o animador

Estudar e depois treinar para fixar o conteúdo. Essa é a principal dica do animador Bruno Cornelsen Teixeira, fundador e diretor da Guilda Digital, escola de artes visuais em computação gráfica. Segundo ele, a arte clássica é o fundamento da animação tradicional que, por sua vez, é a base da animação digital. Para cada alternância, a novidade está nas ferramentas usadas.

"Para produzir [uma animação], tem de estudar de forma aprofundada o tema. Se eu quiser criar personagens humanos e carismáticos, preciso estudar Anatomia, Biomecânica, Psicologia e até Teatro", explica Teixeira. "Mesmo que o estilo visual não seja realístico, devem estar lá estrutura, forma, movimento, gestual e expressões emocionais. O espectador pode não entender nenhum desses assuntos, mas perceberá se houver algo errado ou faltando", complementa.

Stop motion

Já assistiu aos filmes A fuga das galinhas, A noiva cadáver ou Coraline? Então você conhece o estilo Stop Motion, que entre os leigos é conhecido como animação de massinha. "Na verdade, hoje não se usa mais massinha, mas outros materiais como látex ou silicone", conta a animadora Rosana Van Der Meer, que estudou Animação na Inglaterra antes de trabalhar com Stop Motion no Brasil. Ela conta que para quem gosta deste estilo, dedicação é a palavra-chave. "Tem animador que consegue fazer um minuto de filme em um mês, mas o normal é levar pelo menos o dobro do tempo. Tem de ter muita paciência."

Acessar os extras nos DVDs de animações é uma maneira bacana de conhecer o dia a dia do profissional e de saber o quanto trabalhoso o processo pode ser. "Os making-ofs são uma aula de animação. Eu aprendi muito assistindo", conta o professor Laqua.

>>> Confira sites relacionados à Animação, indicados por nossos entrevistados:

Teaser do curta Minhocas, com participação de Rosana van der Meer. http://www.youtube.com/watch?v=szeymDXSaPE

CG Society (principal portal de 3D Internacional)www.cgsociety.org

Animation World Network (portal de notícias e negócios em Animação)www.awn.com

ABCA (Associação Brasileira de Cinema de Animação)www.abca.org.br

Melies (Escola de 3D com cursos presenciais e online)www.melies.com.br

Animation Mentor (Curso de animação on-line internacional)www.animationmentor.com

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