
Desde o abrigo na pré-história até os arranha-céus modernos, passando pelos palácios e igrejas, a arquitetura sempre esteve presente. Mais do que simplesmente decoração, como classificam as más línguas, a área está profundamente ligada à história da própria humanidade, mesclando arte e ciência. Hoje a profissão é bastante abrangente e multidisciplinar, explica a coordenadora do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Silvana Ferraro. "É uma profissão generalista no sentido de compreender e traduzir as necessidades de indivíduos, grupos sociais e comunidades com relação à concepção, à organização e à construção dos espaços internos e externos."
Nesse sentido, o arquiteto pode atuar tanto no edifício quanto no paisagismo, na conservação e valorização do patrimônio ou com urbanismo e meio ambiente. Isso se traduz num mercado amplo. Uma das formas de atuação mais comuns é atender diretamente os anseios de um cliente. No setor privado, por exemplo, é possível projetar residências ou decorações de lojas. Na área corporativa, atendem-se empreendedores do setor imobiliário. O arquiteto também pode trabalhar com o planejamento urbano, atuando no setor governamental, e até como professor, após concluir cursos de pós-graduação.
O curso é bastante prático, e visa preparar o profissional principalmente para desenvolver projetos arquitetônicos. O desenho tem um papel importante nesta rotina, por ser a principal forma de representação usada. "Todas as outras disciplinas convergem para essa prática projetual, que normalmente acontece nos ateliês de arquitetura", explica Silvana.
Ao sair da graduação, muitos profissionais seguem os mesmos passos de Carla Ribas, 30 anos, que foi trabalhar em um grande escritório. Após ganhar experiência, ela decidiu abrir seu próprio negócio e atua principalmente com projetos de interiores. "Comecei trabalhando só em casa. Mas o negócio foi crescendo, apareceram mais clientes e formei meu escritório. Agora tenho uma sócia e uma estagiária", diz.
Mas a rotina de um arquiteto nem sempre é em cima de uma prancheta, desenhando. No caso de Carla, que é responsável pela empresa, ela passa mais tempo em reuniões, obras e atendendo clientes do que no escritório. "Acabo saindo muito", diz ela, que aconselha: abrir um negócio próprio logo ao sair da graduação nem sempre é a melhor decisão. É preciso ganhar experiência antes, fazer estágios em diversas áreas e descobrir do que mais gosta.
FICHA TÉCNICAConheça detalhes do curso e da profissão:
Onde estudarDe acordo com o MEC, 17 instituições ofertam o curso no Paraná. Entre as públicas estão: UEL, UEM, UTFPR e UFPR.
Duração do curso5 anos.
MensalidadeNa PUCPR, o investimento é de R$ 1.434 por mês.
Outros custosO alunos têm gastos relacionados a material de desenho no início do curso. Eles também podem comprar livros, mas o material bibliográfico normalmente está disponível nas bibliotecas. Outro item cada vez mais necessário para os desenhos é o computador. A maior parte das instituições ofertam laboratórios de informática para os estudantes.
DisciplinasAlgumas disciplinas do curso da UFPR: Estudos da Forma (1º ano), Tecnologia das Construções I (2º), História e Teorias do Urbanismo (3º) e Estética e História das Artes (4º).
MercadoPor estar muito ligado à área de construção civil, o mercado de trabalho do arquiteto oscila conforme a demanda de construções e reformas. Os fatores que influenciam essa alternância são principalmente a condição econômica da população e os eventos, como a Copa do Mundo de 2014.
RemuneraçãoO piso salarial da categoria é de seis salários mínimos para uma rotina de seis horas de trabalho diárias, segundo o Sindicato dos Arquitetos do Paraná. Atualmente, esse valor corresponde a aproximadamente R$ 3,2 mil.



