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“Acredito que o curso de graduação fornece um mar de oportunidades, mas para se navegar esse mar como aluno preciso me aprofundar nos assuntos e nas oportunidades que ele me fornece.” Eduardo, acadêmico do 3º ano de Engenharia Mecânica na PUCPR. | Aniele Nascimento / Gazeta do Povo
“Acredito que o curso de graduação fornece um mar de oportunidades, mas para se navegar esse mar como aluno preciso me aprofundar nos assuntos e nas oportunidades que ele me fornece.” Eduardo, acadêmico do 3º ano de Engenharia Mecânica na PUCPR.| Foto: Aniele Nascimento / Gazeta do Povo

Desafio além da sala

"Para estar em evidência no mercado é necessário mais que competência ou conhecimento. É preciso dedicação, bom relacionamento interpessoal, coragem, garra para lutar e, antes de qualquer coisa, amor e paixão por aquilo que se faz", garante o estudante do 3º ano de Engenharia Mecânica da PUCPR Eduardo Barro, 22 anos.

Ele foi indicado para esta reportagem por se destacar entre os acadêmicos e conta que está sempre em busca de desafios. Além da graduação, dedica-se a cursos de idiomas, estágio, estudos paralelos.

Trabalhando no coletivo

Tire proveito de trabalhos em grupo na universidade. Essa situação pode ensinar muito, garantem os especialistas, como o mestre em Administração Estratégica Luís Alberto Saavedra Martinelli, coordenador da PUC Talentos, serviço de carreiras da PUCPR. "Se ganha com o desenvolvimento de habilidades como liderança, negociação e competência de relacionamento interpessoal, que são fundamentais para qualquer área."

Nas empresas, trabalhar em grupo é essencial e é preciso desenvolver já na faculdade essa capacidade, segundo Pedro José Steiner Neto, engenheiro-mecânico, professor da UFPR e doutor em Administração pela USP. "O homem está hoje mais para o coletivo do que para o individual, mas a grande dificuldade é que os colegas, ao mesmo tempo em que são auxiliares, são concorrentes, diz".

Siga o mestre

Quantos dos seus professores o indicariam para aquela supervaga que você tanto espera? Não basta desejar bom dia sorridente ao seu mestre. Se você espera que ele o considere como uma boa indicação ao mercado de trabalho – e eles têm todos os contatos – é preciso dedicação. O doutor em Administração Pedro José Steiner Neto afirma que o mercado é ávido por indicações de professores e que estes apontarão os alunos que se destacam. Por isso, postura responsável, participação nas atividades e aulas e muito interesse são fundamentais. Todos que estão na faculdade têm uma audiência. E os mestres estão na plateia vip.

Network é tudo

O maior patrimônio profissional, segundo Arthur Bender, autor do livro Personal Branding – Construindo a sua marca pessoal, é a sua rede de contatos, ou network. Lembre-se disso toda vez que estiver chegando para aula e invista nessa rede, segundo Bender, dando mais do que pedindo. "Boa parte das nossas relações profissionais no mercado tem origem nos bancos da universidade. Construa e alimente essa rede com verdade, integridade e parceria", diz.

Mas é importante encarar os colegas com naturalidade e não apenas como um negócio a longo prazo, lembra o master coach José Roberto Marques, diretor e fundador do Instituto Brasileiro de Coaching. Então, antes de pensar em sociedades ou parcerias, forme amizades consistentes e relações duradouras e de respeito.

Busque o equilíbrio

Pessoas que conseguem equilibrar trabalho, vida social, lazer e atividades esportivas produzem mais, são mais positivas e criativas, pois vivem realidades diferentes. Por isso, trabalhar o corpo e a mente é fundamental, diz Luís Alberto Saavedra Martinelli. "Aquele funcionário que trabalhava 14 horas por dia e era valorizado nas décadas passadas não é mais tão valorizado assim. E são as atividades extras de trabalho que contribuem para esse equilíbrio", lembra. Tem esporte na sua universidade? Programa de trabalho voluntário? Ambos são valorizados, garantem seu bem-estar e acrescentam valor ao seu currículo.

Planeje a carreira

Boa parte das instituições oferece serviço de apoio de carreira, aproveite. O master coach José Roberto Marques afirma que um estudo divulgado neste ano pela Stanford University School Of Education, dos Estados Unidos, revelou que estudantes que recebem apoio do coaching são mais propensos a permanecer no ensino superior até a conclusão de seus cursos. E desenvolveram habilidades incluindo gestão de tempo, autodefesa e efetividade nos estudos e, ainda, continuaram estimulados, mesmo um ano após terem passado pelo processo.

De acordo com Luís Alberto Saavedra Martinelli, da PUC Talentos, esse tipo de consultoria ajuda o estudante a aprender a se expor em uma oportunidade de emprego. "Ensina o aluno a se qualificar sobre coisas básicas, desde fazer um currículo até como se portar em uma entrevista e mostrar o seu valor", diz.

Aproveite a universidade

A nota é importante e dá ideia da capacidade do aluno, mas está restrita a um universo de avaliação que só olha para o ensino, segundo Fábio Kurt Schneider, mestre e doutor em Engenharia Biomédica e orientador do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica e Informática Industrial da UTFPR. "Vale a pena lembrar que a universidade tem o tripé ensino, pesquisa e extensão. O estudante deve ser proativo em direção à aplicação do conhecimento, ter ideia disso é o que mais vai diferenciá-lo", diz. Conhece o programa de iniciação científica? E cursos de extensão? Pesquise a respeito.

Professores são parceiros

Mayara Paiva, 21 anos, aluna do 3º ano de Tecnologia em Processos Ambientais na UTFPR, acha importante investir na carreira universitária com participação, envolvimento em projetos, correndo atrás de estágio, iniciação científica e trabalhos voluntários. O último projeto em que se envolveu foi uma gincana nacional.

"Com isso se aprende muito na prática. Acredito que o aluno não deve se prender somente à aula, provas e trabalhos, mas procurar outras atividades e dinâmicas fora da sala de aula. Além de aprender muito dessa forma, cria-se uma relação com os professores que ajuda muito no decorrer do curso, até com indicação para estágios."

Seu colega de turma, Rodrigo Duwe, 20 anos, frequenta congressos e faz cursos para se especializar ainda mais nos assuntos do meio ambiente, além de fazer pesquisa na faculdade. "Como eu faço iniciação científica, procuro evoluir nas características que me são exigidas e estar em constante aprendizado na área científica."

Estágio não é brincadeira!

Um estágio é o primeiro cartão de visitas profissional. Então é fundamental mostrar comprometimento e responsabilidade, cumprir seus horários, fazer o que foi solicitado e estar disponível e interessado. "Esta é a sua oportunidade para pôr em prática os conhecimentos teóricos e entender e vivenciar a dinâmica do ambiente de trabalho da profissão que escolheu", diz José Roberto Marques.

Como lembra Pedro José Steiner Neto, se o estudante usar os estágios como forma de conhecer o mercado, e passar por três ou quatro empresas, terá uma boa ideia de onde vai querer atuar. "O estágio pode mostrar o que o estudante vai querer fazer no futuro, como um teste. Alguns funcionam, outros não, aí ele vai testando. É importante pensar: ‘Eu tenho de criar minha carreira, tenho de ir atrás, porque ela não virá atrás de mim’."

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