
Dezenas de milhares de estudantes e professores chilenos voltaram às ruas de Santiago em passeatas esta semana, mantendo a pressão sobre o governo para que sejam promovidas mudanças no sistema educacional. Os estudantes também exigem que o governo obrigue as universidades privadas a serem instituições sem fins lucrativos, como determina a lei.
A líder estudantil Camila Vallejos estima que mais de 100 mil pessoas protestaram em Santiago e em várias cidades do Chile. Já a polícia estima que 60 mil estudantes protestaram nesta terça-feira na capital.
Os protestos desta terça-feira transcorriam pacificamente em Santiago e diversas outras cidades chilenas na tarde desta terça-feira. Depois de algum tempo, entretanto, houve choques entre manifestantes e policiais em diversos pontos da capital do país.
Os protestos estudantis começaram em maio passado. Estudantes de segundo grau e universitários mobilizaram professores, pais de alunos e sindicatos, nas maiores manifestações em duas décadas de democracia chilena. O governo do presidente Sebastián Piñera cedeu, trocando o ministro da Educação e propondo um projeto de reforma com 21 pontos. Os estudantes não aceitaram. Querem uma reforma total.
No Chile não existem universidades gratuitas. Por lei, nenhuma universidade deveria ter fins lucrativos. Mas tanto as universidades públicas, quanto as privadas, cobram mensalidades que chegam, em média, a US$ 400. Ainda assim, um número grande de chilenos estuda em universidades.
O ministro chileno de Interior, Rodrigo Hinzpeter, aproveitou os choques para acusar os líderes estudantis de não conseguirem controlar os manifestantes.
Os estudantes saíram às ruas em desafio a uma proibição das autoridades chilenas. Na semana passada, quando tentaram desafiar a proibição, quase 900 manifestantes acabaram presos.



