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Entre os pedidos dos estudantes estão a ampliação da assistência estudantil e melhorias na infraestrutura da UFPR | Antonio More / Gazeta do Povo
Entre os pedidos dos estudantes estão a ampliação da assistência estudantil e melhorias na infraestrutura da UFPR| Foto: Antonio More / Gazeta do Povo
  • Janelas e portas de vidro foram cobertas por papelões e cartazes
  • Grupo de estudantes ocupou o prédio da Reitoria da UFPR para pressionar a direção a atender as reivindicações apresentadas pelo Comando de Greve dos Estudantes

Estudantes da Universidade Federal do Paraná (UFPR) ocupam, desde a noite de terça-feira (3), o prédio da Reitoria da instituição. O intuito dos manifestantes é pressionar pelo atendimento das reivindicações apresentadas pelo Comando de Greve à direção. Entre os pedidos dos alunos estão a ampliação da assistência estudantil e melhorias na infraestrutura da UFPR.

Os servidores estão proibidos de entrar no local, que fica no centro de Curitiba, e com isso diversos serviços estão paralisados. O acesso ao prédio é controlado pelos alunos e, segundo a universidade, não houve confronto nem resistência dos seguranças patrimoniais durante a ocupação. O número de ocupantes do prédio é de cerca de cem alunos, segundo estimativa da UFPR.

A estudante de Ciências Biológicas da UFPR Tassiane Gooldman, que faz parte do Comando de Greve, explicou nesta quarta-feira (4) que a ocupação foi realizada devido à falta de respostas das reivindicações dos estudantes. De acordo com a estudante, a Reitoria não estabelecia prazos nem designava pessoas responsáveis pelas demandas, que incluem melhorias na estrutura da universidade e na assistência estudantil.

Os estudantes não divulgam quantos estão ocupando a reitoria nem autorizam a entrada da imprensa no prédio. Segundo os alunos, o patrimônio está sendo zelado e eles só sairão quando a reitoria avançar nas negociações. "A ocupação é o primeiro passo da radicalização do movimento", diz Tassiane.

A estudante de Medicina Ana Paula Pereira, membro do comando de greve, aponta que na greve do ano passado várias demandas dos estudantes foram atendidas. "Quando se radicaliza o movimento, os ganhos são efetivos", afirma. Entre os avanços do ano passado, as estudantes destacam aumento no número de livros da biblioteca e da quantidade de bolsas estudantis, a indicação de construção de moradias para estudantes e o fornecimento de café da manhã no Restaurante Universitário, além da abertura do local nos sete dias da semana.

Segundo Ana Paula, o movimento é organizado por estudantes, sem a participação de partidos políticos. Com relação à falta de apoio do DCE, o movimento responde que o posicionamento político é na "democracia direta" e não na representativa.

O comando dos estudantes grevistas cobriu todas as janelas e portas de vidro do prédio com papelão e cartazes de protesto e não estão permitindo que a imprensa faça fotos.

Cartazes com críticas a presidente Dilma Rousseff foram colocados na janela do edifício e os cartazes da chapa do atual reitor foram todos rasgadas.

Os alunos estão concentrados no terceiro andar do prédio, onde fica a Sala dos Conselhos, o maior espaço do local e usado normalmente para reuniões. Segundo um servidor que não quis se identificar, na noite de terça, ao perceber a intenção dos alunos, alguns funcionários conseguiram trancar boa parte das salas do prédio.

A Reitoria da UFPR fica entre os edifícios Dom Pedro I e Dom Pedro II e atrás do Teatro da Reitoria, no complexo de salas da universidade nas esquinas das Ruas XV de Novembro, Dr. Faivre, Amintas de Barros e General Carneiro.

Histórico

Desde o dia 30 de maio, os universitários estão em greve para apoiar a paralisação dos professores das universidades federais, que pedem o cumprimento de um acordo salarial assinado no ano passado. A ocupação ocorreu após manifestos e uma reunião dos estudantes com uma comissão da direção da universidade, que acontecia no prédio Dom Pedro II. No início da noite, os estudantes foram ao hall do edifício da Reitoria para realizar uma assembleia e, então, decidiram ocupar o local em protesto.

A comissão que negociava com os alunos informou que espera a desocupação do prédio para retomar o diálogo e, pediu, bom senso aos estudantes para não danificar o patrimônio público.

A pró-reitora de Graduação, Maria Amélia Sabbag Zainko, classificou a atitude dos alunos de impensada e desnecessária. "O que nós lutamos é pela educação de qualidade, só que não me parece que a ocupação seja a forma mais apropriada de garantir a busca por essa qualidade", declarou.

"Entendemos que se trata de um grande movimento nacional para o avanço da educação e que o diálogo é essencial", afirmou a pró-reitora de Assuntos Estudantis, Rita de Cássia Lopes.

O secretário geral do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Vinicius Martins, explicou que desde a deflagração da greve no fim de maio foi criado um Comando de Greve, que assumiu a negociação junto a Reitoria. Segundo ele, um representante do DCE participa do comando, mas não da ocupação. "O DCE não participa da ocupação", falou.

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