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Hallexandrey Marx Bincovski enfrentou a ansiedade e a insegurança por viver em um local desconhecido. | Hugo Harada / Gazeta do Povo
Hallexandrey Marx Bincovski enfrentou a ansiedade e a insegurança por viver em um local desconhecido.| Foto: Hugo Harada / Gazeta do Povo

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Como foi sua experiência de intercâmbio? Que dicas pode dar a alunos que estão se programando para viajar? Deixe seu comentário no espaço abaixo do texto.

Experiência Apoio antes, durante e depois da viagem

Profissionais da área de intercâmbio estão acostumados a lidar com os vários sentimentos dos estudantes e suas consequências. "A gente inclusive orienta os pais sobre o que dizer quando o filho liga cheio de saudades, falando até em desistir", diz Marina Bertoldi, diretora da World Study em Curitiba. Ela diz que, na maioria das vezes, chega a ser possível prever como seria o gráfico emocional dos estudantes, mês a mês.

Entretanto, de todos os públicos com os quais a agência trabalha, não são os universitários que exigem maior acompanhamento, embora o serviço seja oferecido a todos. Adolescentes que fazem high school nos Estados Unidos e moças interessadas em programas de Au Pair (modalidade para trabalhar como babá na casa de uma família) têm encontros frequentes com uma psicóloga antes da viagem, com quem os jovens podem manter contato por e-mail durante a experiência.

Encontros

Para tranquilizar os alunos da graduação, o Unicuritiba institucionalizou o que é prática comum entre aqueles que pretendem estudar fora. A faculdade promove o encontro de futuros viajantes e ex-intercambistas para que se conheçam, troquem experiências e compartilhem informações práticas que facilitam o dia a dia no exterior.

O aluno Hallexandrey Marx Bincovski, mesmo antes de voltar de Portugal, foi contatado pela instituição para contar sobre sua vida em Coimbra aos próximos alunos que cruzariam o oceano. Agora ele espera a data do próximo encontro para dividir pessoalmente suas lembranças e acalmar a ansiedade dos colegas. (JDL)

Políticas educacionais recentes têm facilitado o acesso de estudantes brasileiros a universidades do exterior, mas não há recursos financeiros ou acordos bilaterais que minimizem as crises emocionais de intercambistas. Quem encara o desafio de passar um tempo longe do país, da família e dos amigos precisa lidar com sentimentos variados que se manifestam antes mesmo do embarque.

A ansiedade tende a ser maior naqueles que nunca foram além das fronteiras brasileiras. Foi o caso de Hallexandrey Marx Bincovski, aluno de Direito no Centro Universitário Curitiba (Unicuritiba). Ele voltou de Portugal no início de junho, onde passou seis meses estudando na Universidade de Coimbra. Foi sua primeira experiência no exterior e, mesmo em um país onde se fala o português, a sensação de insegurança foi forte nos primeiros dias. "Andava com medo na hora de pegar trem ou caminhar em ruas e becos, mas era apenas por estar num lugar estranho. Depois notei que a segurança por lá é muito maior que no Brasil", diz.

Por outro lado, Bincovski conta que o início da experiência também foi movido por expectativas e por uma enorme vontade de conhecer tudo o que é novo. Após essa fase, veio a estabilidade com a criação de uma rotina e, alguns meses depois, surgiu um enorme desejo de retornar à antiga vida. "Acontece com todos. Chega um momento em que você não vê a hora de voltar para o Brasil, para a família e o ambiente de onde saiu", conta.

Elori Mieko Oikawa, estudante de Biotecnologia na PUCPR, concorda com essa distribuição de fases no termômetro emocional dos intercambistas. Depois de passar um ano na Finlândia, ela retornou ao Brasil em janeiro e mantém viva na memória a experiência de euforia, ansiedade, solidão e adaptação que viveu longe de casa.

Apesar desses momentos, ela diz que, entre todos os desafios que enfrentou, lidar com as emoções não foi tão difícil do que se adaptar às condições climáticas no norte europeu. "Saí daqui com 30°C e cheguei lá com -30°C", conta Elori, que também teve de se acostumar com os dias curtos e as noites longas, típicos daquela região.

Envolvimento

Algumas medidas tomadas pela jovem e pela universidade foram essenciais para que a estada na Finlândia fosse tranquila. Ainda em Curitiba, ela procurou pessoas que haviam estado no país para obter dicas sobre o cotidiano de lá. Elori também participou de encontros preparatórios promovidos pela PUCPR. Chegando à Finlândia, ela teve a sorte de contar com o apoio de um prestativo colega indicado pela universidade para lhe apresentar a outros estudantes e mostrar a estrutura da universidade.

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