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Uma pesquisa feita em março pela coordenação do Salão do Estudante, a maior feira de intercâmbios da América Latina, revelou que a maioria dos jovens que visitaram o evento em 2012 apontou os Estados Unidos (EUA) como destino preferencial para estudar. A opção dos estudantes tem fundamento. Segundo o Times Higher Education (THE), relatório anual elaborado pela agência internacional Thomson Reuters que estabelece rankings de qualidade entre universidades de todo o mundo, 30 das 50 melhores universidades do mundo estão lá.

Desde 2011, uma série de iniciativas voltadas ao ensino superior, como o programa federal brasileiro Ciência sem Fronteiras e recentes declarações de apoio ao projeto feitas pela secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, deixam claro o interesse de instituições norte­americanas em aumentar o número de estudantes brasileiros em seu corpo acadêmico.

Para o universitário aproveitar ao máximo essa onda de boas oportunidades, a Gazeta do Povo entrou em contato com estudantes paranaenses que estão em algumas das melhores universidades dos EUA. Saiba como é a vida acadêmica por lá e confira os passos dados por quem já percorreu o caminho rumo ao ensino de ponta.

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Arquivo pessoal

Conhecimento cultural é o diferencial apontado por Gabriela, da Universidade de Columbia

Um ensino abrangente, proporcionando vasto conhecimento cultural, é o que mais chama a atenção de Gabriela Gugelmin, 18 anos, nas universidades americanas. A ex-aluna do Colégio Internacional de Curitiba, foi aceita na graduação em Economia da Universidade de Columbia – a 12ª melhor instituição universitária do mundo, segundo o relatório Times Higher Education. "Lemos os poemas de Homero, discutimos Platão, temos contato com as últimas inovações da ciência, aprendemos a diferenciar técnicas de arte e a música de Beethoven e Chopin", conta a estudante.

Segundo Gabriela, estrangeiros são muito bem recebidos na Columbia. Em torno de 13% do total de alunos da instituição veio de outros países. Para facilitar a integração e até o encontro com outros alunos da mesma nacionalidade, há um departamento que organiza eventos específicos por comunidades.

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Arquivo pessoal

Marcos e Michelle foram atrás de bolsas de estudo na Universidade de Nova York

Marcos Steuernagel, 31 anos, e Michelle Siqueira, 30 anos, são unidos pelo casamento e pela paixão às artes. Ele é doutorando em Estudos da Performance e ela é mestranda em Artes e Políticas Públicas, ambos vinculados ao Departamento de Teatro da Universidade de Nova York (NYU). A instituição é reconhecida como a melhor da área artística nos EUA e tem cerca de 7 mil alunos e pesquisadores vindos de 130 países.

O casal partiu de Curitiba em 2007 e conseguiu bolsas de estudo na NYU com os próprios esforços. Steuernagel e Michelle tiveram de produzir um trabalho de 15 páginas, correr atrás de duas cartas de recomendação, apresentar certificados de proficiência em inglês e mandar o histórico escolar para análise. No caso dele, a vaga no doutorado veio depois de concluir o mestrado e obter aprovação em uma seleção interna da instituição.

Em uma comparação com cultura universitária brasileira, o volume de livros que se deve ler espanta. "A quantidade de leitura é muito maior do que a que eu tive durante minha vida escolar no Brasil", diz Michelle. A média de leitura exigida pelos professores é de 500 a 700 páginas por semana, quase sempre acompanhada de trabalhos sobre os temas lidos. Steuernagel acrescenta ainda o valor dado à forma como o estudante se expressa. "A capacidade do aluno de ter uma opinião própria e articulá­la claramente é valorizada acima de tudo."

A bolsa que possuem permite que eles desenvolvam atividades profissionais paralelas ao estudo. Michelle trabalha como consultora em uma empresa de relações públicas e faz estágio no setor de cultura da Unesco. Steuernagel é professor na própria NYU, onde dá aulas de Teatro Latino­Americano.

Recomendações

Para quem quer chegar às melhores universidades do mundo, Steuernagel diz que não se deve se intimidar com os comunicados informando que o número de vagas para estudantes internacionais é limitado. "Vale a pena se inscrever mesmo assim. Se eles realmente gostarem do material, podem oferecer bolsas."

No processo seletivo de qualquer universidade norte­americana é importante demonstrar claramente porque a instituição deveria escolher você e ser enfático sobre o que se tem a oferecer. Cartas de recomendação têm um grande peso e o domínio de inglês precisa ser o suficiente para participar de debates em sala de aula.

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Arquivo pessoal

Níkolas saiu da escola pública para Stanford, excelência em Computação

O curitibano Níkolas Francisco Iubel, 23 anos, sempre estudou em escola pública. Por sugestão de uma professora de Inglês, quando estava no ensino médio, participou de um programa da embaixada norte-americana que o levou aos EUA pela primeira vez.

Iubel aproveitou a oportunidade para conhecer como era o acesso nas universidades de lá e descobriu os escritórios Education USA, vinculados ao governo dos EUA e que mantêm uma sede em Curitiba. A entidade auxilia jovens com desempenho acadêmico acima da média e sem condições financeiras de bancar os estudos em serviços burocráticos necessários para ingressar em uma instituição de ensino americana.

A ajuda foi essencial para Iubel chegar à melhor universidade do mundo na área da Computação: a Stanford, no Vale do Silício. Ele é o único brasileiro entre os 1,6 mil alunos que se formam em 2012 e estudou todo o tempo com bolsa integral da instituição.

Diferenças

Além da evidente superioridade de estrutura e tecnologia de ponta, Iubel destaca as diferenças entre os hábitos de universitários norte-americanos e brasileiros. "Existe uma cultura de tolerância zero ao plágio e à cola. Há uma ideia de que quem precisa de cola não é bom o suficiente e ninguém quer ser visto assim." Outro aspecto bastante distinto é o estímulo que se dá à expansão do conhecimento científico na busca daquilo que ainda é desconhecido.

Além do diploma de Standford, Iubel tem vaga garantida em dois programas de mestrado que cursará paralelamente. Ele fará Ciência da Computação e Jornalismo na Columbia University, em Nova York, e um MBA na Harvard Business School.

Serviço

O escritório da Education USA em Curitiba fica no câmpus da FAE Centro Universitário (Rua 24 de Maio, 135).

Quais são os maiores obstáculos para que você estude no exterior? Se você já teve essa oportunidade, quais foram os maiores benefícios para a sua vida? Conte a sua experiência!

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