• Carregando...

Em nota publicada neste domingo (2), o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino (Andes), que representa a maior parte dos professores federais, recomenda a manutenção da greve e que sejam realizadas assembleias locais nos próximos dias nas instituições federais de ensino para reavaliar a estratégia da paralisação. A categoria já está há 110 dias sem trabalhar, na mais longa greve da sua história.

"Considerando as características desse novo momento e as decisões das assembleias realizadas na última semana, o CNG [Comando Nacional de Greve] reafirma a continuidade da greve e a necessidade de avaliação do movimento e da correlação de forças necessária aos enfrentamentos que se impõem", diz o texto.

Apesar de indicar pela manutenção da greve, o documento inclui ainda uma análise da dificuldade do momento atual, com a decisão do governo de não negociar mais com a categoria e a proximidade das eleições municipais, que torna mais lento o recurso aos parlamentares. Por isso, o Andes sugere que nas próximas assembleias locais, a serem realizadas entre os dias 3 e 6 de setembro, os professores discutam sobre as circunstâncias que justificariam a suspensão unificada da greve nacional e uma possível data de retorno das aulas.

O documento aponta ainda a necessidade de analisar "o questionamento sobre as reais possibilidades de conquistar a reabertura de negociações em curto prazo e sobre o arsenal de iniciativas que seria necessário dispor para quebrar a intransigência do governo". Na nota, o sindicato recomenda também os seguintes temas para as próximas assembleias locais: se a decisão for pela suspensão unificada do movimento, definir quando as aulas serão retomadas; analisar o projeto de lei enviado ao Congresso Nacional para a reestruturação da carreira docente (PL4368/2012) e propor elementos para definição das estratégias de ação frente à sua tramitação; insistir no pedido de audiência com o Ministro de Educação; manter a realização de atos públicos pela reabertura de negociação; estabelecer estratégias com outros sindicatos de servidores e unificar a participação dos comandos de greves locais.

Leia a íntegra da nota aqui.

Balanço

A categoria rejeitou em 1º de agosto a proposta do governo de reajuste salarial de 25% a 40%, em três parcelas, até 2015. De acordo com os sindicatos, o aumento não garante que serão repostas as perdas salariais com a inflação nos próximos três anos. Além disso, como não existe data-base para os servidores federais, caso a inflação do período seja maior, o sindicato teme não poder negociar até 2016. A categoria também quer que o governo reformule o plano de carreira – tornando mais fácil a progressão – e garanta melhores condições de trabalho.

A presidente do Andes-SN, Marinalva de Oliveira, protocolou, nos dias 23 e 24 de agosto, na Presidência da República e nos Ministérios do Planejamento e da Educação, uma contraproposta dos professores. O governo, no entanto, reafirmou ter encerrado as negociações com a categoria em 27 de agosto. O sindicato tenta agora parceria com senadores e deputados para convencer o governo a voltar a conversar com os docentes. Segundo a Andes, o Comando Nacional de Greve participará nesta terça-feira (4) de uma segunda audiência pública na Comissão de Educação do Senado Federal para discutir o movimento grevista dos professores federais e espera conseguir a participação dos ministros do Planejamento, Miriam Belchior, e da Educação, Aloizio Mercadante.

Até agora, professores de oito universidades que participaram da greve resolveram retornar às atividades: a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFSCPA) e Universidade Federal da Santa Catarina (UFSC).

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]