
Seja por notas insuficientes ou pelo excesso de faltas, todo universitário teme cair em "DP", como são chamadas as disciplinas pendentes ou dependências. Por mais que a repetência na faculdade seja vista de forma bem menos negativa do que na educação básica, refazer uma matéria envolve gasto extra em tempo, dinheiro e exige estratégia para não estender demais o tempo na universidade.
A maioria das instituições permite que o aluno curse a disciplina que reprovou a qualquer momento do curso, contanto que consiga encaixá-la na grade curricular. O problema é quando algumas matérias servem de base e pré-requisito para as que serão dadas nos períodos seguintes, como Cálculo I e Cálculo II. Uma conversa com o coordenador do curso pode ajudar a fazer a escolha certa na hora de priorizar uma disciplina no lugar de outra.
A professora Irene Prestes, do curso de Psicologia da Universidade Tuiuti do Paraná, lembra que a dependência não é uma punição da faculdade, mas um direito acadêmico do qual o aluno não pode ser privado. "É como uma segunda chamada. Se ele não conseguiu o aproveitamento médio esperado, o aluno tem outra oportunidade de se apropriar desse conhecimento", diz.
Segundo Irene, se compararmos com o que ocorre nos ensinos médio ou fundamental, casos de constrangimento por reprovar numa disciplina são bem menos frequentes na universidade, já que a circulação dos estudantes por turmas diferentes é comum e ocorre por vários motivos. Além disso, muitas vezes nem os professores sabem quem faz dependência e quem é aluno regular em determinada sala.
Experiências
Estudar além do horário normal de aula e até nos fins de semana, foi esse o preço pago por Hernando Santana Pinto, por ter ficado com duas "DPs" no primeiro ano de faculdade. A preferência por matérias técnicas, em detrimento das teóricas, foi o que lhe custou as horas a mais no curso de Análise de Sistemas na Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Hoje, já formado e atuando na área, Hernando diz que a experiência teve seu lado positivo. "Acabei aprendendo a me esforçar mais, principalmente nas áreas não técnicas, nas quais eu tinha maior dificuldade", diz.
Para Carlos Eduardo Anzzolin, estudante de Engenharia Mecânica na Universidade Federal do Paraná, o acúmulo de dependências foi fruto de algumas escolhas difíceis. Trabalhando em período integral desde o terceiro semestre de faculdade, a rotina intensa dificultou o acompanhamento dos conteúdos e fez com que adiasse a formatura em pelo menos um ano. "Foi preciso escolher. Em determinados momentos eu realmente tive que focar no meu trabalho", conta.
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