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Pesquisa

Pelo bem da sociedade

Voluntários são essenciais em algumas áreas de estudo. Participação deve ocorrer em prol da ciência, sem visar lucros

Antônio Sanches, responsável pelo inquérito e coordenador do Programa de Pós-Graduação em Teologia da PUCPR | Henry Milleo / Gazeta do Povo
Antônio Sanches, responsável pelo inquérito e coordenador do Programa de Pós-Graduação em Teologia da PUCPR (Foto: Henry Milleo / Gazeta do Povo)

Nos Estados Unidos é comum que pessoas participem de pesquisas de universidades para ganhar algum dinheiro ou benefício próprio. No Brasil, essa prática é condenada por comitês de ética – grupos formados dentro de cada universidade para controlar as pesquisas feitas e garantir que nenhum ser humano ou animal tenha prejuízos ao participar delas.

As condições para participar de estudos estão descritas no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, que precisa ser aprovado pelos comitês antes do início de qualquer pesquisa. "Nós condenamos veementemente a remuneração a voluntários de pesquisa. As pessoas devem participar pela ciência e bem da sociedade", diz Naim Akel Filho, responsável pelo Comitê de Ética e coordenador do curso de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).

A área da Saúde é a que costuma contar com maior número de voluntários, seguida pelas Ciências Humanas – com mais pesquisas na área de Educação. "A Pedagogia está bastante atuante. Eles usam muito a internet e e-mails para convidar pessoas a participarem de pesquisas. Ouvem voluntários sobre o perfil de alunos, de professores ou problemas de aprendizagem, por exemplo", diz Akel Filho.

Entretanto, a pesquisa com voluntários também avança em áreas que, tradi­­cionalmente, não se envolviam, como Negócios e Administração – que dão seus primeiros passos – e Filosofia, Sociologia e Serviço Social.

Concentração

A maioria das pesquisas que usam voluntários na Universidade Federal do Paraná (UFPR) é coordenada pelo Hospital de Clínicas (HC). "Acontecem para testar novos procedimentos, diagnósticos e tratamentos ou são de natureza epidemiológica, para verificar a prevalência para diferentes doenças e nortear ações de saúde", conta Nelson Rosário, presidente do Comitê de Ética do HC. Os participantes são voluntários, devem assinar um termo de consentimento e podem abandonar o estudo.

As pessoas que participam de pesquisas na área da Saúde costumam ser convidadas pelos médicos que os atendem em consultório. De acordo com o cardiologista Francisco Maia da Silva, doutor em Ciências da Saúde e membro do Comitê de Ética da PUCPR, alguns pacientes acabam se assustando quando são descritos os riscos de participar de determinada pesquisa, mas a maior parte aceita de imediato.

Quando é pesquisado o efeito de um medicamento, os voluntários só têm contato com ele na terceira fase de testes. Antes disso, a droga é avaliada pelo pesquisador e tem os efeitos analisados em animais. "As drogas passam anos em teste. Quando um efeito colateral acontece, isso é reportado para o mundo todo e os comitês de ética observam seus pacientes", explica o cardiologista.

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