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Fernanda Camillo (esq.) e Rafaela Penha (dir.) são contra  as mudanças na seleção da UFPR. Evellyn Biscaia é a favor | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Fernanda Camillo (esq.) e Rafaela Penha (dir.) são contra as mudanças na seleção da UFPR. Evellyn Biscaia é a favor| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Vestibas ligados

O leitores do Vestibular não foram pegos de surpresa com a notícia da UFPR. No começo de maio, uma matéria já mostrava que a Federal estudava a possibilidade de substituir o vestibular pelo Enem. Na época, a universidade ainda não sabia se usaria o exame como primeira fase da seleção ou como etapa única para alguns cursos.

E por falar em Sisu...

Hoje sai a segunda chamada do sistema. Fique de olho no site do Vestibular da Gazeta do Povo!

Há uma semana, a Universidade Federal do Paraná (UFPR) informou que, no próximo processo seletivo, utilizará o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) do Ministério da Educação (MEC) para preencher cerca de 10% das vagas de cada curso.

A notícia dividiu a opinião de professores e estudantes. Há quem considere que o processo prejudicará os estudantes do estado e quem veja o Sisu como uma chance a mais de entrar na UFPR. Conheça alguns dos argumentos favoráveis e contrários à nova seleção:

A FAVOR: chance dupla de acesso

Para o coordenador pedagógico do curso gratuito Em Ação, Emanuel Fernando Cochinski, as mudanças facilitarão a entrada de estudantes de outros estados na UFPR, democratizando o acesso. A partir do Sisu, alunos de todas as partes do país poderão disputar vagas na universidade pela nota no Enem, sem que precisem vir ao Paraná.

A candidata de MedicinaEvellyn Biscaia, 18 anos, também é favorável à ampliação da oportunidade para estudantes que não moram no Paraná. Ela considera que a convivência com universitários de outros estados enriqueceria a formação pessoal e cultural. Em sua avaliação, outro ponto positivo é que o Enem dará uma segunda chance para quem não for tão bem no vestibular.

Posição semelhante tem Daiane Priscila Sampaio Bussola, 18 anos, de Bandeirantes, no Norte do Paraná. "O sistema proporcionou uma nova oportunidade para vários amigos meus. Eles não passaram nos vestibulares das universidades estaduais de Londrina (UEL) e Maringá (UEM), mas conseguiram uma vaga na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) pelo Sisu", diz ela, que também passou, no meio deste ano, no curso de Engenharia Têxtil do câmpus Apucarana da UTFPR.

De acordo com o reitor da UFPR, Zaki Akel Sobrinho, a oferta de vagas pelo Sisu aumentará a concorrência e, consequentemente, atrairá candidatos mais preparados. "Temos cursos com pouca demanda, em que as notas dos últimos colocados são muito baixas. Com a entrada no Sisu poderíamos atrair estudantes com notas mais altas, o que levaria a uma diminuição nos índices de evasão", afirma.Segundo o assessor pedagógico do ensino médio do Colégio Marista Paranaense, Marco Boin, o Enem é um exame bem elaborado e que exige bastante do candidato. "Para acertar as 180 questões, o estudante tem de ter um conhecimento grande, ainda mais porque as perguntas são pré-testadas e têm diferentes graus de dificuldade".

CONTRA: haverá mais concorrência

Para Fernanda Camillo Atta, 18 anos, e Jéssica Sontag Bertoldi Artigas, 17 anos, a oferta de vagas pelo Sisu aumentará ainda mais a concorrência para os candidatos do sistema tradicional de seleção, que já reserva 40% das vagas para cotistas. Em um curso com 100 vagas, por exemplo, 54 serão disputadas no vestibular pela concorrência geral, não mais 60. Os cotistas, por outro lado, também perderão vagas no vestibular. Seguindo o mesmo raciocínio, as vagas reservadas para afrodescendentes e estudantes de escola pública passarão de 40 para 36.

A preocupação do diretor do Curso Positivo, Renato Ribas Vaz, é que os alunos do Paraná sejam prejudicados. Ele lembra que no início deste ano houve um alto índice de aprovação de estudantes de outros estados na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), que preencheu 50% das vagas pelo Sisu. No curso de Medicina da Ufam, 100% dos aprovados em primeira chamada eram de fora. "Se a região tem deficiência de médicos, continuará com o problema, porque esses estudantes não vão permanecer lá depois de formados", avalia.

Na opinião da estudante Rafaela de Oliveira Penha, 17 anos, o Sisu só será justo quando todas as universidades federais participarem do sistema. Além disso, ela ressalta que muitos candidatos selecionam vagas que não poderão ocupar, por falta de condições financeiras de se manter em outros estados, o que prejudica os demais concorrentes. "Muitas pessoas selecionaram qualquer instituição de ensino e teve muita vaga remanescente", diz.

Outro ponto negativo para o diretor do Positivo é o fato de os alunos serem selecionados pelo Enem. "A prova do Enem é pior que a da UFPR. Há muita informação desnecessária dentro das questões do exame, que é muito cansativo", afirma.

E você, o que achou das mudanças? Comente!

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