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Preparação

Meio caminho andado até o vestibular

A cerca de quatro meses do Enem e cinco da primeira fase da UFPR, é normal bater um cansaço. Daqui para frente, o importante é não perder o ânimo

Alex mantém o ritmo de estudos constante desde o início do ano | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Alex mantém o ritmo de estudos constante desde o início do ano (Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo)

"No meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho." O poema de Carlos Drummond de Andrade, além de, vira e mexe, aparecer nos vestibulares, resume a sensação de muitos estudantes nesta época do ano. Quando os alunos começam a preparação para as provas, normalmente estão confiantes e cheios de gás. Já na metade do percurso é comum bater o cansaço. "É normal nesta época os alunos terem certo estresse, acharem que não sabem nada. Mas sempre digo que isso é uma peça que o cérebro prega nos vestibulandos", alerta a superintendente de ensino do Grupo Acesso, Tânia Rodini.

Os simulados são uma boa oportunidade de verificar se o conteúdo está pronto para ser testado, explica o diretor do Curso Positivo, Renato Ribas Vaz. A partir dos resultados das provas do primeiro semestre, os estudantes devem avaliar a que disciplinas precisam se dedicar mais daqui para frente. De acordo com o professor, ainda não é hora de reservar um tempo maior para estudar os conteúdos cobrados nas provas específicas da segunda fase da UFPR. Na segunda etapa do vestibular, há até duas provas dissertativas, que variam conforme o curso. "Aconselhamos que os alunos se dediquem mais a elas após o 7 de setembro, quando normalmente há uma última parada antes do vestibular", diz.

O coordenador pedagógico do Curso Dom Bosco, César Greca, explica que muitas vezes a maneira de estudar não está sendo eficiente. Nesse caso, o aluno pode aproveitar o início do segundo semestre para se reorganizar. Segundo Greca, não basta estudar horas a fio se o tempo não é bem aproveitado. "Alguns estudantes ouvem falar que fazer resumos é maneira mais eficiente de estudar e começam a fazer cópias mecânicas. Eles acham que estudaram um tempão, mas só fizeram cópias. Outros acham que a salvação é colar cartazes com fórmulas pelo quarto. Eles olham para as anotações por um dia ou dois e depois simplesmente passam reto", afirma.

O professor diz que não existe uma receita pronta e que cada aluno deve descobrir a estratégia que funciona melhor para ele.Para chegar com sucesso ao final da caminhada, os candidatos já deveriam estar seguindo uma rotina de estudos desde o início do ano. Segundo o professor Renato Ribas Vaz, o ideal é reservar cerca de 50 minutos para a revisão de cada disciplina vista no dia durante o colégio ou o cursinho. "Orientamos o aluno a estudar em casa um período equivalente ao tempo das aulas; seria como um segundo turno", diz.

Vestibulando de Medicina, Alex Henrique Blenk, 18 anos, estuda por três turnos diários desde que as aulas do extensivo começaram. De manhã e à noite ele revisa os conteúdos explicados pelos professores. À tarde, assiste às aulas do pré-vestibular. "Meu ritmo se manteve constante desde o início do ano. Agora terei duas semanas de férias e nesse período vou parar completamente de estudar", diz.

Enem

Se o vestibular da UFPR se aproxima, há outra prova que está ainda mais perto: o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), agendado para os dias 22 e 23 de outubro. Ainda assim, o professor Renato Ribas Vaz afirma que não é necessário estudar especificamente para o exame se o objetivo principal é a Federal. "Quem se prepara para a UFPR se prepara para o Enem. Até o ano passado, o exame era diferente dos vestibulares, com enunciados muito longos. Mas em 2010 as questões se tornaram mais parecidas com as das provas tradicionais", afirma. De acordo com o diretor do Positivo, a estratégia de estudos no segundo semestre dependerá de como o estudante se preparou até aqui. Veja as dicas para cada caso.

Quem estudou

A regularidade é uma das grandes armas dos vestibulandos. Segundo o professor Renato Ribas Vaz, do Positivo, o ideal é manter uma rotina de estudos constante desde o início do ano, com aproximadamente 50 minutos de revisão de cada uma das cinco ou seis disciplinas vistas no cursinho.

Para quem respeitou essa programação desde o começo, a recomendação é continuar neste caminho, aproveitar as férias de julho para descansar e retomar o cronograma na volta às aulas. "Os alunos estudiosos chegam ao meio do ano cansados, por isso têm de fazer um intervalo, para voltar depois das férias com energia redobrada. Quando os estudantes não têm férias, o rendimento cai muito", afirma. Em grande parte dos cursinhos e colégios, o recesso será nas duas primeiras semanas de julho. De acordo com a superintendente de ensino do Grupo Acesso, Tânia Rodini, o aluno normalmente precisa estudar pelo menos quatro horas por dia – além do período de aulas – para passar em cursos muito concorridos, como Medicina e Direito. Ela ressalta, entretanto, que não há uma regra que sirva para todos os candidatos e que cada um tem o seu ritmo. Nas férias, ela orienta o estudante a descansar. "É claro que ler uma obra literária é sempre bom. Ele também pode aproveitar esse tempo para correr atrás das atualidades. As férias são importantes para uma coisinha ou outra que ficou pendente", diz.

Quem relaxou

Se na corrida de longa duração até o vestibular o aluno se poupou durante a primeira metade da prova a exigência será maior na parte final. "Todos os anos a história se repete. No início do ano, os alunos tentam manter o ritmo que tinham no colégio e começam a acumular matérias. Então eles fazem os primeiros simulados e levam um susto", afirma o coordenador pedagógico do Curso Dom Bosco, César Greca.

Nesse caso, o aluno precisará realizar um planejamento, com o número de horas que serão necessárias para colocar a matéria em dia, e ampliar o tempo reservado ao estudo individual.

Quem não estudou como deveria deve usar o período as férias para revisar os conteúdos, sem esquecer o descanso. O tempo pode ser dividido assim: uma semana de diversão e uma semana de revisão. "A metade das férias o estudante pode aproveitar. Na outra metade, deve tirar algumas horas para estudar. Ele pode estudar cerca de quatro horas por dia", sugere Greca. Já para o aluno que não estudou praticamente nada no primeiro semestre, outra opção é começar tudo de novo, com a matrícula em um semiextensivo. O semi traz todos os conteúdos do ensino médio, mas dura cerca de quatro meses, metade do tempo de um extensivo. Na maioria dos cursinhos, as aulas nessa modalidade começam no dia 18 de julho.

Como foi sua primeira etapa de estudo? O que espera para a segunda metade do ano? Comente abaixo!

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