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Seleção

O Enem dentro da UFPR

Neste ano, as notas do exame ganharam ainda mais importância para quem busca uma vaga na Federal do Paraná. Entenda como o exame é usado na seleção e o cálculo da nota dos estudantes

"Você precisa ir bem em duas provas. (Esse sistema) mostra uma constância maior no preparo e seleciona melhor os alunos." Thiago de Oliveira Pinto, vestibulando de Engenharia Civil | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
"Você precisa ir bem em duas provas. (Esse sistema) mostra uma constância maior no preparo e seleciona melhor os alunos." Thiago de Oliveira Pinto, vestibulando de Engenharia Civil (Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo)

Termina hoje, com as questões discursivas específicas, a segunda fase da Universi­dade Federal do Paraná (UFPR). Depois que os estudantes entregarem as provas, o Núcleo de Concursos da UFPR começará um processo de correção que levará em conta tanto o desempenho no vestibular quanto a nota no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Desde 2009, a Federal passou a usar as notas da prova objetiva do Enem para compor a pontuação final do seu processo seletivo. Além disso, a universidade aderiu este ano ao Sisu, sistema de seleção do governo federal que seleciona candidatos a instituições públicas apenas pela nota do exame.

Desde 1998 o Ministério da Educação aplica o Enem a estudantes de todo o Brasil. O objetivo inicial era avaliar a qualidade do ensino oferecido aos alunos e a partir disso planejar ações de melhoria nas escolas. Mais de dez anos depois, o Enem ganhou um outro sentido no ensino brasileiro e, desde o ano passado, passou a ser decisivo para quem busca uma vaga no ensino superior, principalmente em universidades públicas.

Aqui no Paraná algumas instituições passaram a usar as notas do exame para selecionar os candidatos. Isso aconteceu com a UFPR em 2009, quando as provas objetivas do Enem ganharam peso de 10% na nota final dos estudantes que fazem o vestibular. A universidade inseriu o exame em seu concurso de forma cautelosa, incentivando os alunos a participarem do Enem, mas sem abrir mão de seu próprio vestibular.

Este ano, entretanto, o exame ganhou mais peso dentro da UFPR. A grande novidade do vestibular 2010/2011 é que cerca de 10% das vagas de cada curso serão preenchidas pelo Sistema de Seleção Unificada do Ministério da Educa­ção (Sisu), que usa exclusivamente a nota do Enem. Do total das 5.540 vagas ofertadas pela universidade, 524 serão preenchidas desta forma.

De acordo com o coordenador-geral do Núcleo de Concursos da UFPR, Raul von der Heyde, essa mudança estava sendo estudada desde o ano passado e altera significativamente o processo seletivo de duas maneiras. "A primeira mudança é dar aos candidatos duas maneiras de tentar a vaga na universidade e a segunda é a expectativa de que essa forma de seleção eleve a qualidade dos alunos selecionados", explica. Estas novidades estão sendo implantadas aos poucos na UFPR pois, segundo Raul, é preciso cautela. "O Enem é uma prova que está amadurecendo, então continuamos com cuidado no processo seletivo", afirma.

Para o coordenador, os alunos que optam por não realizar o exame correm grandes riscos de ficar sem a vaga, principalmente nos cursos mais concorridos. "Hoje o Enem tem uma importância maior do que há alguns anos e a tendência é que, se ele for mantido, seja ainda mais fortalecido", afirma.

Futuro

Apesar da cautela nas alterações do processo seletivo e dos problemas ocorridos no Enem no início de novembro, o coordenador do Núcleo de Concursos não descarta a possibilidade de ampliar o uso do exame nas próximas seleções da UFPR. Para Raul, ainda não há como analisar a eficiência do Enem no processo seletivo. "Ape­­nas em março poderemos avaliar como foi essa nossa primeira experiência com o Sisu. Só depois disso iremos ver qual foi o retorno", explica.

Sisu - Como única forma de seleção

No vestibular 2010/2011, 524 vagas da UFPR serão preenchidas pelo Sisu, que leva em consideração apenas a nota obtida pelo candidato no Enem. Cerca de 10% das vagas em cada curso serão destinadas ao sistema.

Apenas seis graduações não vão participar da seleção exclusiva pelo Enem. Arquitetura e Urbanismo, Design e Música, que têm provas de habilidade específica, terão todos os seus alunos classificados pelo vestibular da UFPR. Os cursos de Estatística, Matemática e Matemática Industrial fazem o processo de seleção estendido, em que o aluno também é avaliado durante o primeiro semestre da graduação, e também não estão incluídos no Sisu. "Não temos como fazer o processo estendido ou as provas específicas pelo Sisu. O nota do Enem é o único critério usado para essa seleção, não podemos acrescentar outro. Assim, estes cursos continuarão com um processo diferenciado", explica Raul von der Heyde.

As inscrições para a seleção unificada devem começar apenas no dia 21 de janeiro, depois do resultado final do vestibular da UFPR, previsto para o dia 14. "Apesar dos problemas no Enem e de alguns candidatos terem de refazer o exame agora em dezembro, acreditamos que não haverá atrasos na divulgação do nosso resultado", explica Raul.

O aluno que não passou no vestibular tradicional poderá ter uma nova chance de entrar na UFPR, por meio destas vagas reservadas para o Sisu. De acordo com Raul, também será possível que os candidatos, mesmo que aprovados no vestibular, optem por um novo curso no sistema.

"Se tentar o Sisu para um curso diferente, o candidato deverá optar por um deles, no momento da matrícula, pois não é possível fazer dois cursos ao mesmo tempo."

A reserva de 10% das vagas dos cursos para a seleção pelo Enem diminuiu o número total de vagas disputada pelo vestibular tradicional, mas, segundo Raul, não houve aumento significativo na concorrência e os candidatos não devem se sentir prejudicados. "De qualquer forma, eles também estão concorrendo a estas outras vagas por meio do Sisu. Não há prejuízo", avalia.

Guilherme Manfroi, de 19 anos, vestibulando de Engenharia Mecânica, acredita que o Sisu é um bom método de seleção dos candidatos, mas acha que as provas do Enem ainda precisam melhorar. "Precisa ser melhor organizado, com um nível maior de dificuldade. Mas o Sisu é uma boa forma de seleção. É possível tentar vaga em várias universidades com uma mesma prova", afirma.

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