A Copa está aí! Apesar da derrota do Brasil, naquele raríssimo tempo livre em ano de vestibular você resolve descansar e sentar pra ver um jogo - principalmente se for para secar a Argentina. Convida os amigos e decide que, pelo menos nesse dia, não vai pensar em Física, Química, Cálculos e Gramática. Mas logo que o balde de pipocas chega, lá vem o pensamento vestibulístico, com mil e umas perguntas. Como um milho vira pipoca? Milho é semente? E de que família? Isso pode cair na minha prova? Calma, o Vestibular da Gazeta do Povo tem as respostas.
Em primeiro lugar, aquela pipoca tão inocente pode, sim, cair na sua prova. Ainda mais em tempos de Enem, em que as questões são formuladas a partir de assuntos do cotidiano e em que os conteúdos de Biologia e Química são cobrados juntos, em Ciências da Natureza. Por isso vale ficar de olho no que pode aparecer.
O milho
Para começar, vamos à classificação da Biologia. O milho é uma planta do Reino Vegetal (Metaphyta), do grupo das angiospermas, que abrangem as plantas vasculares de estrutura mais complexa da natureza. As angiospermas apresentam sementes (espermatófitas) envolvidas pelo fruto, flores típicas e são dividas em dois grupos de acordo com o número de cotilédones (órgão que absorve substâncias nutritivas para a planta): dicotiledôneas e monocotiledôneas. O milho faz parte do grupo das monocotiledôneas (um cotilédone), assim como o trigo.
A semente do milho é originada a partir da fecundação do óvulo (ele se transforma em semente) e é dividida em duas partes: tegumento (casca) e amêndoa. O tegumento é a estrutura de proteção formada por duas camadas: uma interna (tégmen) e outra externa (testa). Já a amêndoa apresenta endosperma ou albúmen tecido vegetal de armazenamento e embrião, formado por radícula (estrutura que forma a raiz), caulículo (forma o caule), cotilédones (dá origem às primeiras folhas, com função de nutrição) e gêmula (que forma as folhas).
Passe de mágica
Mas como tudo isso se transforma naquela pipoca branquinha? É simples: a pipoca é um grão de milho que tem como nome científico Zea Mays. E não é aquele milho-verde típico do nosso litoral, mas um milho com cerca de 14% a menos de água em sua composição. Além disso, o seu pericarpo (casca) é quatro vezes menos resistente que o do milho-verde. Ao ser aquecida, a água que está dentro do amido do endosperma (albúmen), parte interna do grão, se expande e encontra pressão na casa. O grão, então, se transforma em uma microcâmara de pressão, e quando a membrana não resiste mais à toda essa pressão interna...BUM! A casca estoura e o amido sai a todo vapor, formando a pipoca.
Quando os milhos não estouram é ou porque o pericarpo tem rachaduras ou porque é muito frágil, impedindo que se faça a pressão. Também pode ser que o grão de milho tenha mais ou menos água, o que impede que se desenvolva todo esse processo da pipoca. Entendeu? Então agora você já pode comer sua pipoca bem tranquilo...
Fontes: Gilberto de Campos Lavras (Giba), professor de Química do curso Positivo; Alexandre Seleme, professor de Biologia do curso Unificado.Serviço: O CD "Nosso Idioma na Química da Vida", do professor Giba, pode ser adquirido nas sedes do curso Positivo, por R$15. São 12 faixas com diferentes temas que podem cair no vestibular.



