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Estudo incentivado pelo namoro

Jonathan Campos/ Gazeta do Povo

Marcel e Letícia estudaram juntos, mas só ele passou no vestibular. Agora, os dois estão focados na aprovação dela

Há quem discorde da tendência de separação. Os namorados Marcel Cardoso e Letícia Rojas de Souza, ambos com 17 anos, estudaram juntos o ano passado inteiro no Curso Apogeu. Os dois prestaram vestibular para Medicina Veterinária na Universidade Federal do Paraná (UFPR), mas somente Marcel foi aprovado.

Juntos há um ano e oito meses e acostumados a se verem todos os dias, os dois terão de se adaptar a uma nova rotina. "A gente vai dar um jeito. Vamos nos encontrar nos fins de semana e eu vou ajudá-la a passar no próximo vestibular", diz Marcel.

Objetivo principal

Determinada, Letícia afirma que colocará a conquista da vaga como objetivo principal neste ano. "O Marcel vai estudar comigo alguns dias e eu nem vou procurar emprego para não perder o foco no vestibular", adianta. Se tudo correr como preveem, este será um ano de sacrifícios, mas o casal voltará a se ver todos os dias em 2013 no câmpus Agrárias da UFPR, quando Marcel será o veterano da caloura Letícia.

Assim como em colégios e universidades, cursinhos pré-vestibulares também são ambientes propícios para o surgimento de amizades e namoros. Contudo, interesses em comum costumam ser um dos fatores mais influentes nesses relacionamentos. A disputa por uma vaga no mesmo curso ou na mesma universidade pode unir ou afastar pessoas, já que se trata de uma época em que a concorrência está sempre presente. Mas o que ocorre quando a turma de amigos ou o casal são separados por aprovações e reprovações no vestibular? Em entrevista à Gazeta do Povo, a psicóloga e professora da pós-graduação do Centro Universitário FAE Nelcy Finck falou sobre como a entrada na universidade afeta essas relações. Confira os principais trechos da entrevista:

Grupos de amigos formados nos pré-vestibulares resistem à separação quando alguns não passam e outros são aprovados? Em geral, há uma dissociação. O estudante que não passa fica com aquele sentimento de ter que voltar ao cursinho e fazer novos amigos, mas ele pode usar o acontecimento como um incentivo a si mesmo. Há uma necessidade de correr atrás do lucro, já que o amigo já está lá e ele ainda não. Aqueles que passaram entram numa nova realidade com a sensação de alívio, de dever cumprido. Especialmente nos primeiros meses, as novidades que o ensino superior oferece entusiasmam tanto que tendem a afastá-lo de laços anteriores.

E os casais? Tenho percebido que ocorre algo semelhante. Inclusive quando ambos passam, mas vão para cursos ou faculdades diferentes. Em muitos jovens o desejo de se envolver com novas pessoas influencia muito as decisões e rompimentos são frequentes. A conquista da vaga faz o jovem se sentir no direito de mudar de vida. Novos amigos, novos amores. Isso pesa muito na mente do jovem nesse início de faculdade.

Essas mudanças tendem a ser definitivas? Não. Por incrível que pareça, todo esse entusiasmo por novidades dura apenas o primeiro semestre. Minha experiência como professora universitária e como psicóloga constata que no segundo período os estudantes são outras pessoas. Já se acostumaram com a nova rotina e a sensação de que a faculdade é um tempo de curtição enfraquece.

Seu círculo de amigos teve alguma interferência após o vestibular? O que ocorreu? Deixe seu comentário.

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